ALEGRETE: Polícia Civil indicia primo e mais quatro pessoas por envolvimento em morte de enfermeira
Investigados responderão pelos crimes de extorsão qualificada (restrição de liberdade e resultado de morte) e ocultação de cadáver
A Polícia Civil indiciou cinco pessoas por envolvimento na morte da enfermeira Priscila Ferreira Leonardi, de 40 anos, em Alegrete, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Os investigados responderão pelos crimes de extorsão qualificada (restrição de liberdade e resultado de morte) e ocultação de cadáver. O inquérito foi concluído no dia 4 de outubro, mas foi divulgado na terça-feira (10). (Relembre o caso abaixo)
De acordo com a delegada Fernanda Mendonça, responsável pela investigação, o mandante do crime seria Emerson da Silveira Leonardi, primo da vítima. Ele está preso desde 13 de julho. Outros três indiciados também estão presos, e uma pessoa está solta. Eles não tiveram os nomes divulgados.
A defesa de Emerson da Silveira Leonardi sustenta que "há varias diligências pendentes" e que a "conclusão do inquérito se deu de forma prematura". "Muitas coisas que estão sendo ditas pendem de prova, consistem de pura ilação", acrescenta.
Segundo a investigação, Emerson teria acionado, por meio de um preso da Penitenciária Modulada de Uruguaiana, os outros indiciados para buscarem a enfermeira, simulando uma chamada a um motorista que faria corridas particulares. Dentro do veículo, eles tentaram extorquir dinheiro da vítima. Sem sucesso na tentativa, eles teriam cometido o crime.
"O plano envolvia constranger a vítima para que valores de suas contas fossem retirados/transferidos para os criminosos. Porém, sem conseguir obter nenhum valor, ela acabou sendo morta e seu corpo ocultado para dificultar o descobrimento do crime cometido", disse a delegada.
A delegada salientou que ainda há diligências que aguardam conclusão. Ela não descarta que seja imputado homicídio doloso aos investigados, além dos crimes pelos quais já respondem. Também é apurado se há participação de outros envolvidos.
O inquérito foi remetido ao Ministério Público (MP). Caso concorde com a conclusão da investigação policial, o MP poderá oferecer denúncia à Justiça, que decide se os acusados viram réus ou não no processo.
Relembre o caso
A enfermeira foi vista com vida pela última vez em 19 de junho, após sair da casa de Emerson. De lá, Priscila iria para a casa de uma prima, a 5 km de distância, onde estava hospedada.
O corpo da enfermeira foi encontrado pela polícia em 6 de julho às margens do Rio Ibirapuitã, que corta a cidade da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Priscila foi enterrada no dia seguinte, na presença de familiares e amigos.
O corpo foi levado pela polícia ao Posto Médico Legal (PML) da cidade, órgão responsável pelo exame de necropsia. A perícia indicou morte por estrangulamento e apontou lesões causadas por espancamento.
A investigação policial apontou que Priscila morava e trabalhava em Dublin, na Irlanda, desde 2019, e viajou a Alegrete, cidade onde nasceu, para visitar parentes. O último emprego dela no Brasil foi em um hospital da Serra, e ela havia se mudado para a Europa para aprender inglês e se qualificar na profissão.
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