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Altar, bíblias e estátuas são encontrados intactos em igreja atingida por enchente

Capela São Miguel, em Eldorado do Sul, estava tomada por lama. Cidade foi a mais atingida pelas cheias. Padre fala em 'sinal de Deus'

Altar, bíblias e estátuas religiosas foram encontrados intactos no interior de uma igreja atingida pela enchente em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O fato foi registrado em vídeo durante a reabertura do local, no início deste mês, e viralizou nas redes sociais.


A água atingiu uma altura de quase 3 metros. Há marcas de barro nas paredes. Os bancos da paróquia estão todos revirados.


As bíblias estavam em uma caixa de plástico tampada, aparentemente secas. Um banco foi parar sobre o altar, mas um castiçal com cruz permaneceu sem danos. Em outro ponto, imagens de São Miguel e Nossa Senhora Aparecida também estavam sem avarias.


A capela de São Miguel foi inundada em 2 de maio. Desde então, ninguém havia entrado na igreja, segundo o padre Fabiano Glaeser dos Santos. O religioso não fala em milagre, mas considera um "sinal de Deus".


"Eu não estou trabalhando a questão do milagre, estou trabalhando a questão do sinal de Deus. Não necessariamente um sinal extraordinário, inexplicável, mas um sinal. Talvez algum físico, químico venha aqui e dê uma explicação racional para o que aconteceu. E eu vou aceitar a explicação. Não sou anticiência. Mas, de fato, eu trabalho a questão do sinal", sustenta Fabiano.

O coordenador do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Deivison Campos, analisou, a pedido do g1, a representação que esses símbolos adquirem em contextos como o ocorrido no RS. Para o professor, é reforçado o sentido de sagrado.


"Essas imagens se manterem inteiras são lidas como sinal de esperança e de fortalecimento da fé. Tem também o lado de se reerguer, transmite força. Existe uma carga simbólica de resistência e resiliência, pelo fato de se manterem imaculadas em meio à destruição", explica Deivison.

Eldorado do Sul foi a cidade mais atingida pelas cheias — mais de 80% do município foi inundado e 40 mil moradores tiveram que deixar suas casas. Ao todo, a tragédia climática deixou mais de 170 mortos no estado.


Fonte: G1 RS

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