Ataque terrorista deixa ao menos 115 mortos na Rússia
Estado Islâmico assumiu ação em Moscou e 11 pessoas foram presas

Um ataque terrorista foi registrado em uma sala de concertos em Moscou, na Rússia, nesta sexta-feira (22), informaram agências de notícias russas. Até a última atualização desta reportagem, na manhã deste sábado, segundo a agência de notícias oficial Tass, havia 115 mortos e mais de cem feridos.
Os eventos aconteceram na casa de shows Crocus City Hall, no noroeste da capital russa. Segundo relatos das autoridades, ao menos cinco homens armados invadiram o local no momento em que a banda Piknik se preparava para a apresentação que faria em seguida.
Foram ouvidas duas explosões no local, que pegou fogo. Um helicóptero foi usado para tentar combater as chamas.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram momento em que cinco atiradores invadem a casa de shows. Eles aparecem disparando repetidamente. Muitas pessoas se escondiam debaixo de uma placa que parecia ser a entrada do local.
Segundo um repórter da agência Ria Novosti, pessoas em uniformes táticos invadiram a casa de shows e abriram fogo antes de lançar "uma granada ou uma bomba incendiária, provocando um incêndio".
— As pessoas que estavam na sala se jogaram no chão para se proteger dos disparos por 15 ou 20 minutos — afirmou o repórter, dizendo que muitos conseguiram "sair rastejando".
Segundo o Ministério de Situações de Emergência, os bombeiros conseguiram evacuar uma centena de pessoas que estavam no porão do local.
A agência de notícias TASS indicou que cerca de um terço do prédio foi incendiado. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram grandes colunas de fumaça preta saindo do edifício.
O prefeito de Moscou, Sergei Sobianin, classificou o ataque como "uma terrível tragédia". Ele também afirmou que toda a assistência necessária será prestada aos feridos.
— Sinto muito pelos entes queridos das vítimas — afirmou.
Sobianin anunciou pelo Telegram o cancelamento de "todos os eventos esportivos, culturais" e de caráter público durante o fim de semana. A chancelaria russa atribuiu a tragédia a "um sangrento atentado terrorista".
Horas antes do ataque, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) informou que havia impedido um ataque a uma sinagoga em Moscou por uma célula do Estado Islâmico.
O governo russo afirmou neste sábado que 11 pessoas foram presas após o ataque. O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) acredita que entre os detidos estão quatro supostos atiradores, segundo o Kremlin.
A agência de notícias Tass informou que os suspeitos foram capturados após uma perseguição de carro que se estendeu por cerca de 350 km do local do atentado. Dentro do veículo, as autoridades teriam encontrado armas e passaportes do Tadjiquistão.
Estado Islâmico assume autoria
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou a responsabilidade pelo ataque a tiros seguido de incêndio ocorrido nesta sexta-feira (22) em uma casa de espetáculos em Moscou, capital da Rússia.
O Estado Islâmico, que no passado atacou diversas vezes a Rússia, afirmou pelo Telegram que combatentes do grupo "atacaram uma grande concentração [...] nos arredores da capital russa, Moscou". O grupo jihadista acrescentou que, após o ataque, seu comando retornou à base em segurança.
O ataque
A tragédia, classificada como "um atentado terrorista sangrento" pelo Ministério das Relações Exteriores russo, aconteceu dentro de um auditório em Krasnogorsk, subúrbio no noroeste da capital.
O ataque ocorreu pouco antes de um show da banda de rock russa Piknik, cujos membros foram evacuados, disse a agência de notícias Tass.
Os serviços de resgate, citados pela agência Interfax, relataram um "grupo de duas a cinco pessoas não identificadas, com uniformes de combate e armas automáticas", que "abriram fogo contra os agentes de segurança na entrada da casa de shows" e antes de "começar a atirar contra o público".
Segundo o Ministério de Situações de Emergência, os bombeiros conseguiram evacuar uma centena de pessoas que estavam no porão do local.
Os serviços de emergência indicaram ter conseguido controlar as chamas, mas por volta da 1h local (20h de Brasília), o incêndio ainda estava ativo, segundo o Ministério de Situações de Emergência.
O presidente russo, Vladimir Putin, está sendo informado do ataque em tempo real, disse seu porta-voz, Dmitri Peskov.
Ucrânia nega envolvimento
A Ucrânia, confrontada desde 2022 a uma intervenção militar russa, garantiu que não tem "absolutamente nada a ver" com o ataque.
A Legião da Liberdade da Rússia, um grupo de combatentes russos antigovernamentais baseado na Ucrânia, também negou qualquer envolvimento. Nos últimos dias, esse grupo tem realizado incursões armadas em regiões fronteiriças russas, que também foram alvo de bombardeios.
Os serviços de inteligência militar ucranianos acusaram, por sua vez, o próprio Kremlin e seus serviços especiais de estarem por trás da agressão.
O "objetivo é justificar bombardeios ainda mais potentes contra a Ucrânia e uma mobilização total na Rússia", asseguraram.
Há duas semanas, a embaixada dos Estados Unidos na Rússia havia alertado seus cidadãos sobre planos "iminentes" de "extremistas" para "atacar grandes concentrações em Moscou, incluindo shows".
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