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Caso Rafael: júri de mãe acusada pela morte do próprio filho começa nesta segunda

Alexandra Dougokenski é acusada de medicar, estrangular e esconder o cadáver do filho

Foto: Redes Sociais - Divulgação

Tem início às 9h desta segunda-feira (16) o júri de Alexandra Salete Dougokenski, de 35 anos, acusada de matar o filho, Rafael Winques, de 11 anos, em maio de 2020, em Planalto. 


Presa na Penitenciária Feminina Madre Pelletier, em Porto Alegre, ela responde pelos crimes de homicídio qualificado (motivo torpe, motivo fútil, asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa), ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.


O júri


Presidido pela titular da vara judicial da comarca, juíza Marilene Parizotto Campagna, o julgamento será realizado no Salão do Júri da Comarca de Planalto.


Além da ré, jurados, acusação, defesa, os familiares e imprensa também poderão acompanhar o julgamento no local, que será transmitido ao vivopelo canal do Tribunal de Justiça do Estado no YouTube.


Inicialmente, será realizado o sorteio dos nomes dos sete jurados, onde a defesa e Ministério Público (MP), poderão recusar até três jurados, sem apresentar motivo. O julgamento começa assim que o Conselho de Sentença estiver formado e, até a conclusão, os jurados permanecerão incomunicáveis, acompanhados de oficiais de Justiça.


Em maio de 2022, o mesmo julgamento foi desfeito aos 11 minutos, e agora, a previsão é de que o caso seja concluído entre três a quatro dias.


Testemunhas


No total, serão ouvidas 11 testemunhas, começando pelas de acusação. A primeira será uma das professoras de Rafael, Ana Maristela Stamm, que deve relatar a vida escolar do garoto que estava no 6º ano. Tímido, sentava na primeira fila e tinha vergonha de ler em voz alta na frente dos colegas no Instituto Estadual de Educação Pedro Vitório, mas apresentava um bom desempenho em matemática.


Um dos delegados que atuou no caso, o diretor da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa em Porto Alegre, Eibert Moreira Neto, também deve ser ouvido nesta segunda por videoconferência. Em maio de 2020 ele foi até Planalto para auxiliar na investigação do caso, onde ficou por um mês, até a conclusão do inquérito. Além dele, também será ouvido Ercílio Carletti, o delegado que coordenou as investigações, no entanto, não se sabe ao certo a data.


Na terça-feira (17), além de uma série de oitivas, devem ser ouvidos ainda o pai de Rafael, Rodrigo Winques, e Delair de Souza, namorado de Alexandra à época. Na sequência, o filho mais velho de Alexandra, Anderson Dougokenski, que tinha 17 anos na época do crime, e a mãe dela, Isaílde Batista, prestam depoimento como informantes.


O irmão de Alexandra, Alberto Cagolm, também será ouvido. A fefesa planeja ouvir também uma inspetora da Polícia Civil e uma perita do Instituto-Geral de Perícias (IGP), que atuou na reconstituição do crime, ambas por videochamada, além de outra professora de Rafael. Espera-se que as oitivas se encerrem ainda na terça.


O que diz a acusação


“Ela já apresentou diversas teses diferentes, e essa nova é um verdadeiro absurdo”

O assistente de acusação, advogado Daniel Figueira Tonetto, afirma ter certeza de que a acusada é culpada pelos crimes que cometeu. Conforme o advogado, a ré sustentou teses diferentes no decorrer do processo e a tese de que o pai de Rafael, Rodrigo Winques, teria sido o autor do crime não possui embasamento:

 

— Essa nova tese é um verdadeiro absurdo, tentando imputar o crime a uma pessoa inocente, o pai da criança, que estava em Bento Gonçalves, a centena de quilômetros dali. Ela apresentou diversas teses absurdas, e não se pode esperar muito de uma mulher que mata o próprio filho.


Tonetto afirma ainda que a cidade de Planalto ficou marcada pelo crime, e afirma que as provas que constam no processo sustentam a autoria da ré. Ele estima que o julgamento dure cerca de cinco dias.Pelo Ministério Público, atuarão os Promotores de Justiça Diogo Gomes Taborda, Marcelo Tubino Vieira e Michele Taís Dumke.


O que diz a defesa


“Vocês vão ficar horrorizados e ter certeza de que Alexandra não matou o filho”

A defesa de Alexandra está a cargo do advogado Jean Severo. Ele afirma que Alexandra irá falar e participar da acareação, e aponta que dados extraídos do celular de Rodrigo, pai de Rafael, podem mudar o cenário do processo. Ele afirma ter convicção absoluta de que Rafael foi assassinado pelo pai, e não por Alexandra.


— Quando o jurado tiver acesso aos dados do celular do Rodrigo e de suas redes sociais, o jurado vai entender que quem matou Rafael foi o Rodrigo. Essa é uma situação para depois do júri, para a Polícia Civil e o Ministério Público investigarem.


Entenda o caso


Entre as 23h do dia 14 de maio de 2020 e a 00h30min do dia 15 de maio 2020, Alexandra fez com que Rafael tomasse dois comprimidos de diazepam. A ingestão foi comprovada por laudos periciais. A denunciada esperou em seu quarto até que o medicamento fizesse efeito. Horas depois, ainda na madrugada de 15 de maio, verificando que a resistência da criança estava reduzida em razão do medicamento, e munida de uma corda, estrangulou o filho até que sufocasse.


— Após constatar que Rafael estava morto, Alexandra engendrou uma forma de ocultar o cadáver e despistar as suspeitas que pudessem recair sobre si. Para tanto, vestiu o corpo do filho, pegou seus chinelos e os óculos e decidiu levá-lo até a casa vizinha, onde sabia que existia um local propício à ocultação. A mãe sabia que no local havia um tapume que encobriria o corpo. Ao deparar com uma caixa de papelão, depositou o corpo, configurando a ocultação de cadáver com três agravantes: para assegurar a impunidade do crime de homicídio, crime contra criança e contra descendentes — explica a promotora do Ministério Público, Michele Dumke Kufner.

Fonte: Diário de Santa Maria



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