Ceasa reabre após 40 dias fechada devido à enchente em Porto Alegre
Central de Abastecimento do RS sofreu alagamento em maio e teve operação transferida para unidade provisória em Gravataí
A Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa) reabriu, nesta segunda-feira (17), em Porto Alegre. O espaço ficou cerca de 40 dias fechado após os alagamentos que alcançaram 2,80 metros no bairro Anchieta, na Zona Norte da capital, durante as cheias de maio. No período, a Ceasa funcionou de forma provisória na central de distribuição de uma rede de farmácias em Gravataí, na Região Metropolitana.
O retorno das operações na Ceasa ainda é restrito, por falta de energia elétrica em alguns pontos. O funcionamento será de segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h.
Mesmo assim, a volta foi comemorada pelos empresários e produtores que trabalham na Ceasa. Uma bandeira gigante do RS foi erguida por um guindaste na entrada do complexo. O músico Elmer Fagundes recebeu o público cantando o Hino Rio-grandense acompanhado de uma gaita – a sanfona gaúcha. Veja o vídeo acima.
A empresária Carla Richter Korndorfer vende uniformes no espaço e produziu camisetas alusivas ao retorno. Numa delas, está a frase "povo forte, aguerrido e bravo", um dos versos do hino. Parte do valor das vendas vai ser revertido para uma associação, que vai destinar os recursos para quem foi afetado pela enchente.
"Essa ideia veio junto com a Ceasa, através do presidente, para a gente estar encontrando uma forma de ajudar as pessoas que foram atingidas dentro da Ceasa. Muito feliz de ter voltado. Estamos com esperança de que dê tudo certo para todos", diz.
Operação provisória
A Ceasa foi evacuada e fechada no dia 6 de maio, após a água invadir o complexo. Apesar dos impactos, não houve desabastecimento de legumes, verduras e frutas nos mercados. Das 311 empresas que trabalham na central, 102 foram realocadas na unidade provisória. Já dos 1.570 produtores, 460 foram para Gravataí.
"Realizamos, num primeiro momento, uma operação emergencial com o objetivo de que o Rio Grande do Sul não sofresse um desabastecimento de alimentos. A operação foi um sucesso, e a Ceasa garantiu não apenas o abastecimento, mas um local para garantir o escoamento do que foi produzido nesse período. Agora vamos avançando no sentido de estabelecer a normalidade das operações”, fala o secretário de Desenvolvimento Rural do RS, Ronaldo Santini.
Na estrutura improvisada, foram comercializadas quase 11 mil toneladas de hortigranjeiros.
"O volume de comercialização para operação provisória pode ser considerado satisfatório, afinal, pelas condições do local, é quase a quantidade possível de se comercializar, já que a área da nossa sede no bairro Anchieta é dez vezes maior que a que instalamos provisoriamente" explica o presidente da Ceasa, Carlos Siegle de Souza.
A Ceasa é responsável por 54% dos hortifrutigranjeiros comercializados no estado, segundo o governo. A reconstrução dos espaços afetados pela cheia deve custar R$ 64 milhões.
O Palácio Piratini planeja suspender a cobrança de aluguel dos permissionários por 60 dias. Ao todo, a cadeia produtiva ligada à Ceasa gera 10 mil empregos diretos e 80 mil indiretos.
Comments