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Cerca de 800 pessoas seguem fora de casa após enchentes no RS: 'vamos passar Natal e Ano Novo aqui'

Prefeituras constroem casas temporárias, mas até o momento não foi suficiente para todos os moradores. Enchente seguida de ciclone causou estragos severos nas cidades do Vale do Taquari

Mais de 800 pessoas continuam morando em abrigos no Rio Grande do Sul devido aos temporais e enchentes que atingiram o estado nos últimos meses. Algumas estão fora de casa há mais de 90 dias. São famílias que esperam pela construção de novas moradias prometidas pelo poder público e que ainda não ficaram prontas.


É o caso do aposentado Santo Lazarotto, morador de Roca Sales, no Vale do Taquari, uma das regiões mais atingidas por um ciclone e por enchentes em setembro. A casa dele foi levada pela água. Desde então, Santo está no abrigo da cidade com a família.


"A Defesa Civil condenou [a casa], aí, tu não tem como construir lá de novo e dinheiro a gente não tem. Aqui, vamos passar Natal e Ano Novo e, se bobear, vamos estar aqui até na Páscoa", comenta.

Em Encantado, também no Vale do Taquari, a aposentada Ana Maria Ribeiro, de 69 anos, divide o espaço no ginásio de esportes com mais de 170 pessoas. As famílias estão separadas apenas por cortinas improvisadas de lonas e toalhas.


"Para dormir de noite, é só depois que apagam as luzes, senão, a gente não consegue dormir. O que eu mais queria era estar na minha casa, que lá a minha liberdade é bem maior do que aqui", diz.

'Abrigo para lá e para cá'


A dona de casa Kelly Horbach não vê a hora de voltar a ter o próprio teto e retomar a vida normal com o filho após ter a casa atingida por uma enchente em Arroio do Meio.


"Para quem passou tudo isso em abrigo pra lá e pra cá, vamos esperar agora cada um ter o seu cantinho", diz.

A prefeitura da cidade conta com a ajuda de empresas e começou a construção de casas pré-fabricadas, que vão servir de lar temporário para famílias atingidas pelas cheias.


A obra iniciou no começo deste mês. Serão construídas casas pequenas que deveriam ficar prontas em semanas, mas ainda não já nenhuma de pé. Segundo a prefeitura de Arroio do Meio, vão ser erguidas 70 casas, com 20 metros quadrados, no local.


Entre os motivos da demora, estão a dificuldade pra conseguir o terreno e o clima chuvoso, que prejudicou a preparação da área e as obras.


"Não pode chover porque qualquer coisa a terra vai afundando, precisa fazer o transporte de material duro, material de pedra, precisa chegar até a pedreira e, quando chove muito, nós não conseguimos, nossos maquinários não conseguem", esclarece o secretário de Planejamento de Arroio do Meio, Carlos Rafael Black.

Além de Arroio do Meio, está prevista a construção de casas temporárias nas cidades de Estrela e Roca Sales, em um total de 120 imóveis.


O trabalho é resultado de uma parceria entre o governo do estado, prefeituras e o Sindicato da Indústria da Construção Civil, que mobilizou o setor para colaborar com a doação de materiais e com a construção das habitações temporárias.


As famílias atingidas pelas cheias podem optar pelo aluguel social oferecido pelas prefeituras. O valor gira em torno de R$ 1 mil por mês durante seis meses.

Desde setembro, 1,4 mil famílias na região do Vale do Taquari pediram essa ajuda e 750 foram atendidas até agora.


A prefeitura de Encantado informou que a cidade tem um total de 212 pessoas desabrigadas. E que o município foi contemplado pelo governo federal em novembro, com 180 unidades habitacionais, através do programa Minha Casa Minha Vida Calamidades, com custo zero aos atingidos.


O município disse também que adotou o programa Aluguel Social, que é subsidiado pela prefeitura, em parceria com o governo estadual, que já foram firmados 124 contratos e seis estão em análise.


A prefeitura de Roca Sales informou que estão sendo construídas 20 moradias provisórias na cidade em uma área pública e que devem ficar prontas em 40 dias. E que solicitou ao governo federal a construção de 330 casas definitivas através do programa Minha Casa Minha Vida Calamidades.


A prefeitura de Estrela disse que, desde a tragédia da cheia em setembro, passou a oferecer o aluguel social para quem perdeu as casas. E que o município já disponibilizou áreas e aguarda o apoio do estado para construção de casas provisórias e a aprovação por parte da União para o projeto para construção de mais de 360 moradias permanentes.


Fonte: G1 RS


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