Descartada a participação de uma segunda equipe de PMs na morte de jovem em São Gabriel
- Saimon Ferreira
- 22 de set. de 2022
- 2 min de leitura
O Instituto-Geral de Perícias afirmou em nota que concluiu as perícias laboratoriais referentes à pesquisa do perfil genético de Gabriel Marques Cavalheiro em três viaturas da Brigada Militar.

A nota afirma que as amostras de sangue e de material genético subungueal (coletado sob as unhas) da vítima foram comparadas com as amostras retiradas dos veículos. A análise do Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP aponta que não foi encontrado sangue da vítima nas viaturas.
O titular da Delegacia de Polícia de São Gabriel e responsável pelo inquérito, delegado José Bastos, confirmou ter recebido e apreciado os exames periciais e afirmou que estes não acrescentam novidades ao inquérito da Polícia Civil concluído no dia 1º de setembro.
– A missão da Polícia Civil é a investigação do homicídio, que é o crime de competência do Tribunal do Júri. Outros delitos que se cogitaram, como ocultação de cadáver e falsidade ideológica são crimes militares que são investigadas pela corregedoria da Brigada Militar. Nós já concluímos o nosso inquérito. Algumas questões complementares ficaram para resolver, mas nada que pudesse mudar o teor do inquérito – afirma bastos.
A assessoria da Vara Criminal da Fórum de São Gabriel afirmou não ter recebido os resultados até às 19h desta quinta-feira, e afirmou estimar receber os documentos do IGP no decorrer de sexta-feira (23).
A reportagem do Diário de Santa Maria tentou contato com o corregedor-geral da Brigada Militar, coronel Vladimir Luís Silva da Rosa, e com a assessoria de comunicação da Brigada Militar, mas não conseguiu contato. Até a publicação desta reportagem a Brigada Militar não havia se manifestado oficialmente sobre o resultado das análises.
Hipótese descartada
Os investigadores da corregedoria da Brigada Militar chegaram a cogitar que uma segunda equipe de policiais teria ajudado o trio de PMs envolvido na morte do jovem. Uma delas teria sido usada para sumir com o cadáver do jovem, ao descobrirem que ele morrera.
Tudo levava a crer no envolvimento da segunda equipe, mas com o resultado das perícias (enviadas à BM e Polícia Civil) ficou comprovado que o sangue encontrado nas duas viaturas não é de Gabriel.
Com isso, e também pela ausência de outros indícios, os investigadores pretendem arquivar as suspeitas contra os policiais da Patrulha Rural. Ainda permanece o mistério de como o corpo de Gabriel foi parar no açude, mas não está descartado que carros particulares tenham sido usados.
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