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Kelen, sobrevivente da tragédia da boate Kiss, terá sua história contada na série da Netflix

A obra cinematográfica será lançada na quarta-feira, dia 25 de janeiro

Fotos, Divulgação

A divulgação do trailer de Todo dia a mesma noite, minissérie da Netflix sobre a tragédia da boate Kiss, que será lançada em 25 de janeiro, tem despertado muitas reações no público, principalmente, o santa-mariense.


Entre os comentários, alguns desaprovam a produção e outros de pessoas que acreditam na importância do audiovisual para cumprir um papel de memória e justiça, para que a tragédia não se repita. Neste último grupo está a sobrevivente da tragédia Kelen Ferreira, cuja história será contada em “Todo Dia a Mesma Noite”.


A terapeuta ocupacional teve 18% do corpo queimado e precisou amputar a perna, devido ao incêndio da boate Kiss, que vitimou 242 pessoas em 2013. Kelen trabalha há cinco anos no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), da rede EBSERH, atendendo pacientes adultos. Nas redes sociais, onde soma mais de 13 mil seguidores, ela busca incentivar as pessoas com deficiência e mostrar que é possível ter uma vida sem limitações após uma amputação.


– Acho importante falar sobre a tragédia e a existência da série. As pessoas precisam saber o que passamos lá dentro, o que ainda vivemos após 10 anos, as cicatrizes tanto físicas quanto emocionais. É para não ser esquecido e para que nenhuma outra família tenha que passar por isso.


Kelen conta que não quis dar depoimento à escritora e jornalista mineira Daniela Arbex, na época da produção do livro “Todo Dia a Mesma Noite”, que inspirou a minissérie. Porém, quando Daniela a contatou em 2020, para que a sua história fosse retratada na minissérie da Netflix, ela decidiu topar o convite:


– Considero super importante contar minha história. Me orgulho de ser bem marcante em questão de estar sempre à frente dos sobreviventes e, nesses 10 anos, acho que ajudei muitos a se juntarem ao movimento por justiça, a lutar, a não desistir.

Foto: Redes Sociais - Divulgação

DA REALIDADE À FICÇÃO


A terapeuta ocupacional disse que ficou muito feliz quando soube, em 2022, que a modelo, atriz e influencer mineira Paola Antonini, também amputada, seria a responsável por interpretar a personagem baseada em sua história na minissérie.


Conforme Kelen, a atriz tem a contatado desde o início do processo de produção, e elas trocam mensagens nas redes sociais sobre a história de vida delas e a construção da personagem, que pode ser vista em um momento do trailer. Paola Antonini também é autora do livro “Perdi uma parte de mim e renasci” e fala sobre ser uma pessoa amputada aos seus quase 3 milhões de seguidores no Instagram.


– Ela é fantástica, um ser de luz, que me ajudou nesse processo todo a ver a vida de uma outra maneira e de querer viver mais e mais, sem se importar com o que os outros pensam. Eu quero mostrar que a pessoa com deficiência pode fazer tudo que ela quer, pois a limitação está somente na sua cabeça e não na sua deficiência – conta Kelen.


Kelen Ferreira também irá aparecer em uma outra produção audiovisual sobre o ocorrido. Apresentada pelo jornalista Marcelo Canellas, a série documental “Boate Kiss – A Tragédia de Santa Maria”, da Globoplay, será lançada no dia 26 de janeiro e vai trazer depoimentos de sobreviventes, como o de Kelen, e dos familiares, para relatar a luta por justiça em um processo que ainda está em aberto.


Fonte: Diário de Santa Maria

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