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Leandro Boldrini, médico acusado de matar o próprio filho, volta a julgamento hoje

Médico havia sido condenado, em 2019, a 33 anos e oito meses de prisão em regime fechado, mas a decisão foi anulada em 2021

Foto: Agência RBS

O caso de Leandro Boldrini, médico acusado de envolvimento no assassinato de seu próprio filho, Bernardo Boldrini, chocou o Brasil. A trama que envolve família, dinheiro e um crime bárbaro volta a ser destaque em 2023, com o novo julgamento de Leandro. Neste artigo, vamos explicar os detalhes desse caso e o motivo pelo qual o médico enfrenta um novo julgamento.


O que levou ao desaparecimento e morte de Bernardo?


Bernardo Boldrini tinha apenas 11 anos quando desapareceu em Três Passos, no Rio Grande do Sul, em 4 de abril de 2014. A busca pelo menino durou dez dias, até que seu corpo foi encontrado enterrado em uma cova vertical numa propriedade às margens do rio Mico, em Frederico Westphalen. A investigação apontou que ele foi vítima de uma superdosagem de Midazolan, um medicamento de uso controlado.


Seu pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini, foram presos no mesmo dia em que o corpo foi encontrado. Eles são suspeitos de serem, respectivamente, o mentor intelectual e a executora do crime. Os cúmplices, amigos do casal, Edelvania e Evandro Wirganovicz, também foram presos, sendo a primeira acusada de ajudar na execução e o segundo de abrir a cova onde Bernardo foi enterrado.

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Qual a motivação por trás do crime?


De acordo com o Ministério Público, o principal motivo para o crime seria a disputa pela herança de Bernardo. A mãe do menino, Odilaine Uglione, faleceu em 2010, e seu patrimônio deveria ser dividido entre ele e Leandro. A acusação afirma que o médico e Graciele não queriam compartilhar a herança com Bernardo e o consideravam um empecilho para a nova constituição familiar. Com isso, eles tramaram o assassinato do menino, oferecendo dinheiro a Edelvania para ajudá-los.


Bernardo, sem saber da trama, acompanhou Graciele a Frederico Westphalen sob o pretexto de ser levado a uma benzedeira. Foi nesse momento que o menino recebeu a dose letal de Midazolan e teve seu corpo enterrado por Evandro. Para encobrir o crime, Leandro registrou um falso boletim de ocorrência informando o desaparecimento de seu filho.


Como foi o primeiro julgamento e por que foi anulado?


Em 2019, Leandro Boldrini foi condenado a 33 anos e 8 meses de prisão (30 anos e 8 meses por homicídio, 2 anos por ocultação de cadáver e 1 ano por falsidade ideológica). Graciele, Edelvania e Evandro também foram condenados a 34 anos e 7 meses, 22 anos e 10 meses, e 9 anos e 6 meses de prisão, respectivamente. No entanto, a defesa de Leandro alegou que as acusações eram baseadas em conjecturas e provas falsas, pedindo a anulação do julgamento.


No final de 2021, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul anulou o julgamento de Leandro, alegando que houve quebra da paridade de armas durante seu interrogatório. Segundo o colegiado, os promotores extrapolaram seu papel, fazendo argumentações sem que os advogados de defesa pudessem contrapor. Por essa razão, o médico enfrenta um novo julgamento em 2023.


Qual a situação atual dos envolvidos no crime?


Leandro Boldrini está preso preventivamente desde 14 de abril de 2014, aguardando seu novo julgamento. Graciele Ugulini permanece presa, com previsão de progredir para o regime semiaberto em julho de 2026. Edelvania está atualmente em regime semiaberto, enquanto Evandro cumpre pena em livramento condicional.


O novo julgamento de Leandro Boldrini inicia às 9h30min desta segunda-feira (20), em Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul. A juíza Sucilene Engler Audino preside o Tribunal do Júri, e a previsão de duração é de três dias. O desfecho desse caso continuará a ser acompanhado de perto pela sociedade, que clama por justiça pelo trágico e cruel destino de Bernardo Boldrini.


Fonte: Canal Ciências Criminais

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