Outubro poderá ter chuvas acima da média
Ainda assim, previsão para o último trimestre, divulgada pelo Conselho de Agrometeorologia do Estado, indica precipitações abaixo do normal até dezembro
Boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Rio Grande do Sul indica que o mês de outubro poderá ter chuvas acima da média, especialmente na metade norte do estado. A temperatura também poderá ficar abaixo da média, com chances de geada tardia e maior risco de granizo.
De acordo com o boletim, no entanto, o último trimestre do ano, caracterizado por um La Niña de fraca intensidade, deverá ter precipitações ligeiramente inferiores ao esperado no período. Para os meses de novembro e dezembro, o documento aponta a possibilidade de temperaturas máximas elevadas e possíveis ondas de calor.
“Desde o final de setembro até metade de outubro, ainda devemos ter episódios de chuva mais volumosas e mais intensas, com tendência de redução em novembro e dezembro”, diz a agrometeorologista Loana Cardoso, do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação.
As previsões apresentadas pelo boletim, divulgado nesta quarta-feira, 25, são baseadas no modelo estatístico do Instituto Nacional de Meteorologia. Elaborado a cada três meses por especialistas em agrometeorologia de 16 entidades estaduais e federais, sob a coordenação da Secretaria da Agricultura, o documento oferece orientações técnicas para as culturas do período.
“Nas culturas de inverno, como trigo e cevada, durante o mês de outubro, com chuvas na média ou acima da média, é preciso maior atenção com as doenças de final de ciclo, principalmente as doenças fúngicas”, alerta Loana.
Para a orizicultura, o boletim recomenda que os produtores tenham cuidado com a captação e armazenamento de água para próxima safra, considerando a probabilidade de chuvas abaixo da média em novembro e dezembro.
“Dentro do possível, dar continuidade à adequação das áreas destinadas à lavoura na próxima safra, principalmente às atividades de preparo e sistematização do solo, para possibilitar a semeadura na época recomendada pelo zoneamento agrícola, para aproveitar as melhores condições de disponibilidade radiação solar”, diz o texto.
Culturas de verão
Outro aspecto salientado pelo documento e por Loana, com destaque para as culturas de verão, está relacionado ao escalonamento da época de semeadura, de acordo com o ciclo da cultivar, contemplando primeiro as de ciclo longo, seguidos das de ciclo médio e precoce.
A meteorologista salienta a importância do mês de outubro para a fruticultura.
“Estamos no período de brotação, no início da frutificação das frutíferas temperadas”, diz Loana, citando as videiras, os pessegueiros e as macieiras.
Novamente, o alerta se volta para o manejo fitossanitário, em razão da eventual ocorrência de doenças fúngicas, “favorecidas pelo molhamento folhar e pela umidade do ar mais elevada”. O boletim ressalta a necessidade de “preservar a cobertura verde nos pomares, seja por meio de espécies cultivadas ou espontâneas, especialmente para proteção do solo, evitando a erosão e perdas de solo e nutrientes”.
No período mais seco da primavera, a recomendação é de monitoramento e controle de ácaros, evitando inseticidas pouco seletivos que afetam inimigos naturais destes insetos. Importante também o monitoramento de moscas-das-frutas, adotando o uso de iscas tóxicas.
“Para o estado como um todo, no qual temos um histórico de variabilidade e de influência dos fenômenos enos, no qual, mesmo nas primaveras e verões normais, temos um volume de chuva nem sempre satisfatório para as necessidades das culturas de verão, principalmente milho e soja, é importante investir em sistemas de irrigação e em armazenamento de água”, ressalta Loana.
Acesse aqui a íntegra do boletim do Conselho de Agrometeorologia.
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