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Policiais da 21ª Região estão atuando na Operação Fim da Linha - Do Oiapoque ao Chuí

Os agentes deslocaram até o Estado de São Paulo, juntamente com uma equipe de Passo Fundo, para participar da operação que tem por objetivo desarticular organizações criminosas dedicadas à lavagem de dinheiro

Foto: Polícia Civil

Os policiais, lotados na DRACO, DPRI e DP de Santiago, DP de Itaqui e 1ª DP de São Borja, deslocaram até o Estado de São Paulo, juntamente com uma equipe de Passo Fundo, para participar da Operação deflagrada pela DRACO de Passo Fundo nas primeiras horas da manhã de hoje (07/06).


Com o objetivo de desarticular organizações criminosas dedicadas à lavagem de dinheiro vinculadas a facções criminosas atuantes no Rio Grande do Sul e também a nível nacional, o Operação tem o cumprimento de 403 mandados de busca e apreensão, quatro prisões preventivas, busca e apreensão de 187 veículos, sete embarcações e nove aeronaves.

Imagem: Reprodução - Polícia Civil

As buscas estão sendo realizadas em 113 municípios de 23 Estados da federação. Ainda, outros 86 veículos com situação de gravame e indisponibilidade, bloqueio de contas bancárias de 188 investigados (pessoas física/jurídicas) e 42 imóveis (TO, RJ, RS, RN, PR, MS, GO) com gravame e indisponibilidade. Com exceção dos imóveis, os demais bens apreendidos/indisponíveis estão avaliados em aproximadamente 43 milhões de Reais. Estão sendo empregados 1300 Policiais Civis dos 23 Estados da Federação para o cumprimento das 925 ordens judiciais.


A Operação Fim da Linha - Do Oiapoque ao Chuí, constitui-se em um desfecho de todas as investigações que se iniciaram com o tráfico de drogas e posteriormente a prática da lavagem dos valores oriundos do crime antecedente, todos vinculados ao crime organizado.


SOBRE AS INVESTIGAÇÕES

Imagem: Reprodução - Polícia Civil

As investigações começaram no ano de 2021, visando desmantelar organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas, contrabando de cigarros e armas em diversas regiões do Estado do Rio Grande do sul.


Segundo o delegado Diogo Ferreira, titular da DRACO de Passo Fundo, no decorrer das investigações da Operação Fim da Linha, diversas ramificações desta organização criminosa foram identificadas, sendo possível comprovar que muitos criminosos comandavam o comércio ilícito de drogas de dentro do sistema prisional, com vinculação, num primeiro momento, a duas das facções criminosas do país: uma delas atuante no RS e outra a nível nacional.


As investigações culminaram em diversas ações penais em diversas Comarcas do Estado, todas com o objetivo de investigar as subdivisões desta organização criminosa.


No curso da investigação, foi apurado o líder da célula desta organização criminosa que comandava o tráfico na região norte do estado do Rio Grande do Sul e, a partir daí, foram realizadas diversas diligências para verificar quem lhe fornecia as drogas, para quem ele as revendia, quem trabalhava para ele, quem transportava seu dinheiro e o dinheiro que dele partia para as instâncias superiores da facção criminosa.


A investigação apurou farto conteúdo relacionado ao tráfico de drogas, compra e venda de armas de fogo, contrabando de cigarros e inúmeras operações bancárias, transferências de dinheiro, depósitos, PIX e números de contas bancárias tanto de pessoas físicas, como de pessoas jurídicas, algumas criadas exclusivamente para “lavar o dinheiro” das organizações criminosas.


Parte destas contas bancárias e empresas especializadas em lavar dinheiro eram as mesmas que já haviam sido investigadas por delitos semelhantes vinculados às operações da maior organização criminosa transnacional com sede no Brasil, porém, em atividade em diversos países.


No decorrer da apuração, foi verificada a existência de vários “laranjas” de alto escalão, responsáveis por fornecer suas contas bancárias para o recebimento e repasse dos valores advindos do tráfico para outros escalões da organização, considerando que a facção local de Passo Fundo está vinculada a outras duas facções, uma com atuação no RS e outra a nível nacional.


Também foi constatado que vários dos investigados que surgiram com as informações obtidas das quebras de sigilo telefônico são de outros Estados, como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Goiás, Bahia, dentre outros Estados. Da mesma forma, verificou-se a existência de pessoas físicas e jurídicas que funcionam como “laranjas” nos atos de lavagem de dinheiro.


“Muitas vezes eram pessoas que movimentam vultosas quantias em dinheiro, mas que moram em locais simples, totalmente incompatíveis com as movimentações. Assim como foi constatada a existência de pessoas jurídicas que são tipicamente empresas fantasmas ou que têm suas contas utilizadas exclusivamente para atos de lavagem de dinheiro”, esclareceu o delegado.

Foram constatadas diversas transferências eletrônicas para pessoas jurídicas e físicas de todo o país, muitas vezes de valores vultosos, e também a existência de inúmeros depósitos realizados de forma fracionada, geralmente na mesma data, diretamente no caixa, dificilmente identificáveis. Constatou-se, desse modo, a existência de quatro investigados importantes.


Um deles movimentou em poucos meses a quantia de R$6.029.298,27 (seis milhões, vinte e nove mil, duzentos e noventa e oito reais e vinte sete centavos). Já outro individuo movimentou cerca de R$36.512.427,16 (trinta e seis milhões, quinhentos e doze mil, quatrocentos e vinte e sete reais e dezesseis centavos).


Uma empresa fantasma movimentou em poucos meses o montante de R$94.913.810,33 (noventa e quatro milhões, novecentos e treze mil, oitocentos e dez reais e trinta e três centavos), enquanto outra empresa fantasma também movimentou uma quantia alta, em torno de R$27.705.177.57 (vinte e sete milhões, setecentos e cinco mil, cento e setenta e sete reais e cinquenta e sete centavos).


Em relação aos valores que aportaram na investigação, foi verificada nos extratos consolidados das quebras de sigilo bancário dos alvos uma movimentação de R$293.369.842,03 (duzentos e noventa e três milhões, trezentos e sessenta e nove mil, oitocentos e quarenta e dois reais e três centavos), em apenas nove meses (de janeiro a setembro de 2021).


Ainda, foi verificado no curso da investigação mais de 02 bilhões de reais em movimentações suspeitas. Além disso, a investigação apontou, inicialmente, que a facção atuante no RS utiliza a estrutura da facção nacional para lavar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas, contrabando de cigarros e outros crimes.


No entanto, durante as análises e diligências, foi possível apurar que estas empresas e pessoas físicas identificadas, além de lavar o dinheiro dessa facção, também branqueavam o dinheiro de outra facção em alguns Estados. As ramificações em quase todos os Estados da Federação demonstram a capilaridade dessas organizações criminosas, tanto no recebimento, quanto na remessa de valores para criminosos associados.


Além disso, o esquema não envolve apenas médias ou grandes cidades, mas até em pequenas cidades do Brasil foram identificados indivíduos que remeteram ou receberam dinheiro do crime organizado, e isto tudo vinculado, principalmente ao tráfico de drogas e armas.


Texto: Policia Civil RS

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