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Produtores gaúchos apostam na safra da esperança após dois anos de estiagem

Clima está ajudando, 100% das lavouras estão semeadas e tudo vem transcorrendo dentro da normalidade

Depois de dois anos seguidos de reveses na safra de verão, marcada por estiagens avassaladoras que resultaram em quebra estimada em 30% nas principais lavouras do período, soja, milho, arroz e feijão 1ª safra - , segundo dados da Emater/RS -, produtores endividados e desânimo no setor, não existe outra possibilidade para a safra 2023/2024 senão dar certo.


Ao que tudo indica, é o que vai ocorrer: o clima está ajudando, 100% das lavouras estão semeadas e tudo vem transcorrendo dentro da normalidade, indicando a confirmação das previsões de uma safra quase 50% maior do que a passada, com a estimativa de colher mais de 36 milhões de toneladas, com uma área cultivada será de 8,4 milhões de hectares.


A safra que não pode dar errado


A safra 2023/2024 tem que dar certo, não existe outra possibilidade. A afirmação é do produtor Marcos Fridrich que cultiva soja e milho no município de Ajuricaba, Noroeste do Rio Grande do Sul.


"Tivemos duas safras medonhas, com quebra enorme pela estiagem. Essa é a safra da esperança", diz.

E com certeza não há um único produtor de grãos no Estado que discorde com Fridrich. A fala dele é consenso entre os agricultores gaúchos que amargaram duas safras com quebras recordes e que precisam de resultados positivos nas lavouras para recuperarem os prejuízos. E, ao que tudo indica, é o que vai acontecer: segundo dados da Emater, a safra 2023/2024 deve ser quase 50% maior do que a passada, com a previsão de colher mais de 36 milhões de toneladas, ante as 24,2 milhões de toneladas colhidas em 2023. A área cultivada chegou a 8,3 milhões de hectares, ou seja, 1,72% a mais do que a Safra 2022/2023, de soja, arroz, milho e feijão 1ª safra. 


"É um cenário de recuperação e como pontos favoráveis, além da expectativa positiva a campo, o produtor tem os preços dos insumos mais baixos. Porém a remuneração está abaixo também. É bem difícil ter o cenário ideal que seria produção e remuneração em alta e custos dos insumos em baixa", afirma o assistente da Emater/RS, engenheiro agrônomo, Alencar Rugeri.

A soja, principal cultura do Estado, tem expectativa de recuperação com crescimento de 73% em produção, resultando em uma colheita de 22,4 milhões de toneladas, depois de amargar uma quebra de mais de 30% no último ciclo.


Em área, o acréscimo é de 1,3%, totalizando 6,7 milhões de hectares, com produtividade média de 3.327 kg/ha.


"A área semeada com a oleaginosa atingiu 100%, e o desenvolvimento das lavouras mais precoces é considerado satisfatório. O porte das plantas está classificado como mediano devido às limitações impostas pelo excesso de umidade no solo e pelos grandes períodos nublados, que sucederam ao plantio", afirma Rugeri.

Em uma parte do Estado, onde os volumes de precipitação têm sido menores desde o final de dezembro ou em solos mais drenados, algumas lavouras começaram a manifestar sinais de déficit hídrico, especialmente as recém estabelecidas. "Em relação ao aspecto fitossanitário, prosseguiu o monitoramento da ferrugem asiática e a aplicação de fungicidas de forma preventiva, além do controle químico de ervas concorrentes", afirma Rugeri.


Já o milho, que foi o grão mais intensamente atingido pela estiagem da safra passada, deve atingir uma produção de 6 milhões de toneladas, ou seja, 53,24% acima do produzido do período anterior, que foi de 3,9 milhões de toneladas. Isso deve ser obtido com a boa produtividade projetada, de 53,15% acima da safra anterior, que foi de 4.841 kg/ha, chegando a 7.414 kg/ha nesta safra.


A área plantada ficou em 817,5 mil hectares, 0,7% menor do que na safra anterior. Parte das áreas que foram semeadas com milho já foram colhidas, chegando a 21% da área cultivada. O plantio foi um pouco mais intensificado, especialmente em regiões onde os produtores concluíram a semeadura de soja ou iniciaram uma nova semeadura do cereal.


Da área prevista, 96% já foi implantada. Os rendimentos atuais de colheita são ligeiramente superiores aos inicialmente obtidos, porém ainda demonstram potencial produtivo abaixo do projetado durante o plantio.


"O que houve é que as chuvas de outubro e novembro obrigaram os produtores a mudar os planos de plantio, pois as cultivares que deveriam ter sido plantadas nesses meses foram plantadas mais tarde, o que pode afetar em termos de produtividade, pois reduz o potencial das mesmas. Isso em todas as culturas, soja, milho, arroz e feijão", afirma o especialista da Emater.

O arroz irrigado, cultura com a segunda maior área de produção no Estado, terá 902 mil hectares cultivados, segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), 7,44% acima da safra anterior, que foi de 839 mil hectares. Com uma produtividade estimada de 8.359 kg/ha, os gaúchos devem produzir na próxima safra 7,5 milhões de toneladas de arroz irrigado. Assim como ocorre com a soja, a semeadura do arroz também foi encerrada.


As primeiras lavouras estabelecidas em outubro estão ingressando na fase de floração. Diante do elevado valor do grão no mercado e das condições climáticas favoráveis à ocorrência de doenças, especialmente para cultivares sensíveis, os produtores intensificaram o investimento no uso de fungicidas, que consequentemente se reflete no aumento do número de aplicações em comparação às práticas usuais.


Dados da Emater para o feijão 1ª safra, apontam uma produção de 51.5 mil toneladas, 26,59% a mais do que a safra anterior, que foi de 40,7 mil toneladas, com produtividade média 23,40% superior ao registrado na safra anterior, que foi de 1.438 kg/ha, atingindo para esta safra uma produtividade estimada em 1.775 kg/ha. 


A área a ser cultivada com feijão deve aumentar 2,44%, passando de 28,3 mil para 29 mil hectares. As lavouras aproximam-se do final da implantação na Região Nordeste, marcando o encerramento do cultivo em primeira safra no Estado.


Fonte: Jornal do Comércio 

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