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"Do fim do prazo ao fim da paciência." por Fábio Giacomelli

  • Foto do escritor: Saimon Ferreira
    Saimon Ferreira
  • 8 de ago.
  • 3 min de leitura

Empate com o Fluminense expõe apatia ofensiva, lesões recorrentes e gestão desconectada da realidade, enquanto direção e comissão técnica mantêm discurso distante do campo, escreve o jornalista colorado

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Esperei até o fim dos acréscimos do deadline para esta coluna, ainda com uma esperança tênue de que alguma mudança surgisse no Departamento de Futebol do Internacional. Esperei como quem aguarda um gol salvador nos minutos finais. Mas o apito soou e nada. O que temos, além da decepção do que se vê em campo, é uma desconexão absurda com o que se ouve nos microfones. Enquanto o desempenho grita por socorro, a direção sussurra fantasias.


O empate com o Fluminense no Maracanã, por 1 a 1, escancarou novamente a apatia ofensiva do time. Foram apenas duas finalizações certas, uma delas no pênalti convertido por Alan Patrick. É evidente que deve haver cobrança sobre os atacantes, que representam quase 30% da folha salarial. Mas a bola precisa, antes, chegar com qualidade. E isso não tem acontecido. A engrenagem que deveria servir o ataque está emperrada. E não é de hoje.


Mais uma vez, vimos jogadores com problemas musculares. Num clube que teve férias, intertemporada e tempo de preparação, as recorrentes lesões passam a ser, no mínimo, questionáveis. Desde o fim do Gauchão, já são dezenas. Qual a metodologia? Qual o planejamento? Que indicadores são seguidos? E, antes que se diga qualquer coisa, criticar ou questionar Paulo Paixão não apaga sua história gigantesca na Seleção e no próprio Inter. Mas se há algo errado, precisa ser debatido. Não reverenciar o passado, mas entender o presente.


Falar de decepção no Departamento de Futebol é, infelizmente, falar do presidente Alessandro Barcellos. Ele teve o meu voto. A maioria dos colorados acreditou na sua eleição como uma ruptura necessária com um modelo esgotado. Mas, para além da campanha, o que se viu foram promessas descumpridas e um clube com poucos recursos investindo mal. Muito mal.


D'Alessandro, no campo, construiu uma história eterna. Mas como diretor, ainda não acertou o compasso. Ele e Mazzuco vêm de duas janelas desastrosas, que pouco ou nada acrescentaram ao elenco. E para piorar, as entrevistas de Bisol parecem vir de um universo paralelo. Num clube idealizado na cabeça dele, onde só ele vê evolução e melhora.


E, claro, não podemos esquecer a Casamata. Roger Machado bateu no teto. Não consegue mais transformar essa equipe. Talvez nem ele, nem o grupo, acreditem numa reviravolta. A tal “hierarquia” que ele tanto defende já ruiu. Suas escolhas erradas custaram, diretamente, esta eliminação. Mas como decidiram manter tudo como está, nos resta esperar pelos confrontos com o Flamengo na Libertadores. Resta-nos torcer.


Como jornalista e professor de jornalismo, faço um exercício de ligação entre o campo e as teorias da comunicação. A forma como colegas de imprensa têm tratado o treinador, a direção e os jogadores não é aleatória. Tudo depende de quem está na berlinda e de onde veio. Isso se conecta ao conceito de Framing, que molda a forma como um problema é apresentado e influencia diretamente a percepção pública.


E também à Agenda-Setting, que reforça o poder da mídia em decidir o que merece destaque e o que pode ser ignorado. O Inter vai mal. Mas, às vezes, até isso depende de quem está contando a história. Mas, se depender de mim, esse “pano” não será passado.

 
 
 

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Não tá fácil este nosso time.

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