"Oscilação de ânimos na Arena." por Cleison Manganeli
- Saimon Ferreira
- 29 de ago.
- 2 min de leitura
Entre a pressão da torcida, oscilação dentro de campo e a possível desistência de Marcelo Marques à presidência, o Grêmio vive um momento decisivo, dividido entre a esperança de reforços e a necessidade urgente de resultados para estabilizar a temporada

Algumas semanas atrás, a derrota para o Sport na Arena gerou uma onda de indignação junto à torcida, que resultou até mesmo em lamentáveis episódios envolvendo os atletas. O desejo por mudanças rápidas tomou conta do ambiente tricolor. Falaram-se em contratações, troca de peças no time e até no aporte financeiro de um candidato à presidência, que prometeu recursos para sanar as carências do elenco.
Uma semana depois, a vitória convincente sobre o Atlético Mineiro, fora de casa, trouxe alívio ao lado azul do estado. O clima se apaziguou, os reforços começaram a estrear, e os rumores sobre a chegada de grandes estrelas tomaram conta dos bastidores, reacendendo as esperanças da torcida em uma possível mudança de rumo na temporada.
A confiança da equipe parecia consolidada para o jogo seguinte, em casa, contra o Ceará. Porém, o resultado ficou abaixo do esperado: um empate sem gols. Embora o time tenha demonstrado maior criatividade ofensiva em relação a partidas anteriores, as oportunidades foram desperdiçadas, acompanhadas por defesas milagrosas de Thiago Volpi, amplamente criticado por seu desempenho recente. A frustração voltou a rondar o ambiente.
Agora, o Grêmio se prepara para um dos desafios mais difíceis da sequência: o poderoso Flamengo. A semana, que deveria ser de entusiasmo com o anúncio do retorno do "Rei Arthur", foi marcada pela desistência de Marcelo Marques à presidência do clube, um candidato que já era tratado por muitos como o presidente praticamente eleito. Essa notícia impactou negativamente o clima interno do clube, que antes parecia mais otimista.
De acordo com ex-dirigentes tricolores, parceiros do GNI Esportes, a desistência de Marcelo se deve, em grande parte, à maneira como ele conduz seu trabalho. Um torcedor de arquibancada e homem simples, formado pelo esforço e pelo trabalho, Marcelo desejava implantar essa mesma transparência no Grêmio. Contudo, não se agradou dos rumores envolvendo pedidos de favores, indicações de empresários e os tradicionais jogos políticos que integram o cenário interno do clube.
De forma direta, o nome que poderia "corrigir" essas questões segue sendo o próprio Marcelo Marques. O empresário apresenta um perfil diferenciado em comparação aos mais recentes comandantes do Grêmio: possui capacidade de investimento próprio, dispensa favores e tem o potencial comercial necessário para alavancar a receita do clube. Além disso, conta com o principal ativo em sua candidatura: o apoio massivo da torcida. Em meio à era das SAFs, Marcelo é visto por muitos como a pessoa capaz de mudar o rumo do Grêmio e proporcionar o alento necessário para um novo ciclo de conquistas.
Enquanto os bastidores seguem agitados, as atenções no campo oscilam. Por um lado, Mano Menezes pode blindar o grupo e aproveitar o momento para intensificar o trabalho. Por outro, o desempenho do time precisa apresentar evolução. Caso contrário, o clima voltará a esquentar, e mudanças serão inevitáveis para garantir a continuidade na Série A do Campeonato Brasileiro.
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