top of page

Prova extensa e com poucas surpresas: como foi o segundo dia do Enem 2025

  • Foto do escritor: Saimon Ferreira
    Saimon Ferreira
  • 17 de nov.
  • 5 min de leitura

Neste domingo, os participantes responderam questões sobre Matemática e Ciências Naturais, incluindo Química, Física e Biologia

Foto: Angelo Miguel / MEC / Divulgação
Foto: Angelo Miguel / MEC / Divulgação

Uma prova de dificuldade média, mantendo o padrão dos últimos anos. Assim foi definido o nível das 90 questões encontradas pelos mais de 4,8 milhões de candidatos que participaram do segundo e último dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025. A etapa deste domingo (16) encerrou às 18h30min.


Os estudantes brasileiros retornaram aos quase 12 mil locais de prova em todo o país para responder 90 perguntas sobre Matemática e Ciências da Natureza (Química, Física e Biologia). Na primeira etapa, realizada no domingo passado (9), a prova abordou Linguagens e Ciências Humanas (História, Geografia, Filosofia e Sociologia), além da redação.


O gabarito oficial do segundo dia de provas será divulgado no dia 20 de novembro, e o resultado com as notas deve ser disponibilizado pelo Ministério da Educação em janeiro de 2026.


A reportagem de Zero Hora consultou diferentes professores que atuam em cursos responsáveis por preparar alunos para vestibulares (confira abaixo a avaliação dos educadores sobre a prova).


Em coletiva de imprensa realizada na noite deste domingo, o ministro da Educação, Camilo Santana, considerou que o exame foi um sucesso e reforçou que poucas intercorrências foram registradas no segundo dia da prova. Santana fez menção a situações pontuais de falta de luz, como no Rio Grande do Sul, onde chuva e ventos fortes foram registrados. 


O ministro também anunciou que, a partir de 2026, o Enem será utilizado como sistema de avaliação do Ensino Médio. 


— Primeiro que vai ser todo ano, segundo porque desmotiva o aluno fazer prova do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e depois Enem. A prova do Enem é onde o aluno se dedica mais, estuda mais, e vamos ter um resultado mais eficiente, mais fidedigno. Inep já fez todos os estudos, vamos aplicar isso a partir de 2026 — confirmou.


Matemática extensa

A Matemática era uma preocupação dos estudantes gaúchos, e as 45 questões da prova confirmaram essa expectativa. Na avaliação dos professores consultados, a prova teve um nível médio e foi bem distribuída, mas apresentou enunciados extensos e questões trabalhosas, exigindo maior concentração dos alunos.


— O aluno teria que ter a habilidade de escolher primeiro as questões mais rápidas e deixar por último as questões mais trabalhosas. Caiu bastante escala, logaritmo que sempre cai. Uma novidade nessa prova foi cair poliedros, vértices, faces, arestas, essa questão fazia tempo que não caía. Nós tivemos questões de porcentagem, bastante questão com gráfico, com leitura de dados, algumas questões com operações básicas — diz Jackson Ribas, do pré-vestibular Fleming Medicina.


O professor Mateus Beltrame, da Totem Vestibulares, considera que a prova foi muito boa e atendeu as expectativas em termos de dificuldade e conteúdo:


— Prova com bastante texto, bastante cálculo, muita interpretação, como sempre. Alguns conteúdos característicos do Enem apareceram mais, como estatística, probabilidade e geometria espacial. Me chamou atenção que a prova trouxe conteúdos inéditos, como função tangente e desvio padrão.

Para Ricardo Petry, que também leciona no Fleming Medicina, esta foi uma "prova cansativa", sendo que um dos principais desafios para os estudantes foi o tempo.


— Caíram assuntos não tão comuns, como por exemplo a função tangente, umas questões bonitas de probabilidade, análise combinatória, muita questão envolvendo a lógica de escala, e muita, muita matemática básica. Geometria espacial também abordando temas que não são recorrentes em provas, mas de fácil e simples execução. Não exigia muito, mas foi uma prova cansativa.


Prova de Química foi "conteudista"

Também dentro de um nível médio de dificuldade, as questões de Química não fugiram dos temas e do padrão adotado nas últimas edições do Enem. Para o professor Diego Pisoni, a prova estava dentro do previsível, mas apresentou enunciados mais "conteudistas".


— As questões foram, de modo geral, diretas e conteudistas, exigindo domínio de conceitos e também de conteúdo, um tanto diferente de edições anteriores, em que apenas os textos permitiam a resolução da questão. Dessa vez, o conteúdo era necessário. Destaque para uma questão direta de nomenclatura e duas questões de estequiometria, que exigiram mais cálculos — avalia Pisoni.


Michel Arthaud, docente da Plataforma Professor Ferretto, avalia que as questões tiveram nível fácil a médio, com boa distribuição entre os conteúdos da disciplina. 


— Chamou atenção a ausência do tema “soluções”, recorrente nas últimas edições e que, neste ano, não apareceu em nenhum item. Outro ponto destacado foi uma questão sobre usina nuclear, considerada polêmica por ser muito semelhante a outra aplicada recentemente. Enquanto o primeiro dia apresentou mudanças mais significativas no estilo da prova, o segundo dia, especialmente em Química, manteve-se mais objetivo e conteudista — definiu.


Física sem surpresas


Seguindo o padrão do segundo dia do Enem, as perguntas sobre Física não fugiram do esperado e mantiveram o nível dos anos anteriores. André Coelho, professor de física da Plataforma Professor Ferretto, reforçou que as questões alternaram entre itens conceituais e outros que exigiam cálculos, com uma dificuldade média a difícil.


— A grande surpresa do exame foi a questão envolvendo nível sonoro, tema que ainda não havia sido explorado dessa forma no Enem. Para chegar à resposta, o estudante precisava aplicar uma equação específica que exige familiaridade com cálculos envolvendo logaritmos. Mantendo uma prática comum de edições anteriores, o Enem forneceu a fórmula necessária, já que se trata de uma expressão pouco usual para alunos do ensino médio — diz Coelho.


Fernando Friedrich, da Totem Vestibulares, considerou uma prova bem elaborada, reforçando que os textos de apoio contribuíram para a resolução das questões.


— A prova de física não trouxe surpresas em relação aos pontos que são comumente abordados. Prova bem equilibrada com relação as questões teóricas e cálculos, fazendo bom uso das análises gráficas. A prova de física abordou de maneira clara situações cotidianas, facilitando a associação pelos candidatos as discussões  de sala de aula.


Biologia ajudou


Para a professora Andreza Bolzan, da Totem Vestibulares, a prova de Biologia "ajudou" os candidatos. Por apresentar questões menos interpretativas, Andreza considera que um aluno bem preparado não despendeu mais do que três minutos em cada questão.


— A surpresa talvez tenha vindo por termos duas questões de zoologia e nenhuma de botânica de forma isolada. No geral, os alunos tiveram tranquilidade em resolver biologia, garantindo assim mais tempo para as demais disciplinas que exigem cálculo.


A zoologia foi o ponto alto, com mais questões sobre o tema, o que é considerado um ponto positivo pelo professor Enrico Blota, do pré-vestibular Fleming Medicina


— Uma prova muito bem distribuída, questões de zoologia, vacinas, doenças, problemas ambientais, prova também abordou bioma, organela, fixação de carbono, biodigestor, algumas surpresas de coisas que não são tão frequentes na prova, como vitaminas, por exemplo, uma questão sobre as aves. A zoologia foi um pouquinho mais abordada neste ano, o que é muito bom para o nosso aluno que estudou — conclui.


Fonte: GZH


 
 
 

Comentários


PUBLICIDADE PADRÃO.png

Destaques aqui no site!

Quem viu esse post, também viu esses!

bottom of page