"Atuação indo. Discurso voltando." por Fábio Giacomelli
- Saimon Ferreira

- 2 de ago.
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Falar em cautela após um jogo sem chutes a gol é visto como desrespeito ao torcedor, escreve o jornalista colorado. "O discurso das Copas morreu na primeira batalha."

Durante meses, o discurso do treinador e da direção para justificar o fraco desempenho no Campeonato Brasileiro foi claro: foco total nas Copas. Foram trinta dias inteiros na zona de rebaixamento, quase que uma escolha, segundo o Departamento de Futebol, necessária, em nome de algo maior.
Mas o tempo passou. E, na volta do Mundial, embora os resultados tenham melhorado o suficiente para nos tirar da parte mais perigosa da tabela, as atuações continuam abaixo do mínimo aceitável. Contra o Vasco, mesmo após três vitórias consecutivas, vimos novamente um time apático, sem vontade, sem resposta.
O Inter saiu atrás em 15 dos últimos 25 jogos. Isso não é acaso. A preparação física é deficiente. O modelo de hierarquia, tão defendido por Roger Machado, ruiu faz tempo, assim como seu modelo de jogo, mas ninguém se atreve a admitir.
Bruno Henrique não entrega o básico. Mas segue como titular absoluto.
Questionado sobre opções, o treinador diz que Luiz Otávio não tem rodagem. E quem deveria dar essa rodagem, senão ele? Contra o Fluminense, a escolha foi Ronaldo, que estava há 40 dias sem jogar. Hierarquia? Ou apenas um nome da confiança do técnico?
Citar cautela após dar dois únicos chutes a gol em mais de 100 minutos e no mesmo lance, num jogo eliminatório em casa é ofensivo para com o torcedor. Falar de calendário, quando o adversário também não teve tempo de descanso, é fugir da responsabilidade.
Roger está perdido. Mas não está sozinho. A direção também tem culpa. Há quanto tempo Barcellos, Bisol, D’alessandro e Mazzucco sabem que é preciso reposição para Fernando? Que Thiago Maia está desconfortável desde que pediu para sair? Que falta um zagueiro confiável para estar ao lado de Vitão? As contratações demoram. E, quando chegam, talvez nem sejam as certas. Richard ainda nem estreou, mas que me desculpe, não parece ser a solução.
Eram quatro quartas-feiras decisivas. Agora, restam três. E, sinceramente, não sei se este elenco tem força, qualidade e trabalho para fazer o torcedor, minimamente, acreditar.
O discurso das Copas morreu na primeira batalha. O Inter, mais uma vez, parece ser o time do faça o que eu digo, não faça o que eu faço.






























O futebol sempre nos apresenta surpresas. Acho que o Inter tem time para reverter o Placar. Mas concordo, Ronaldo nem deveria estar no banco.
Abraço e continue com tuas análises. Precisamos de mais pensadores em Santiago.