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Em cinco anos, 30% dos produtores podem sair da atividade, alerta dirigente sobre crise no RS

  • Foto do escritor: Saimon Ferreira
    Saimon Ferreira
  • 24 de out.
  • 2 min de leitura

Cenário de incerteza e instabilidade no setor do arroz, leite e trigo preocupa e motivou encontro nesta quinta-feira (23) na Fetag-RS

Foto: Nauro Junior
Foto: Nauro Junior

Uma lista de ingredientes contra a crise que se instala no campo foi posta à mesa nesta quinta-feira (23), na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), em Porto Alegre. A “receita”, resultado do encontro entre lideranças rurais e entidades do setor, deve ser entregue aos órgãos competentes nos próximos dias. Uma nova reunião está marcada para a próxima quinta-feira (30), às 14h, na sede da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), para avançar nas negociações.


A queda nos preços é o sintoma mais evidente de um problema mais profundo, que tem preocupado o setor produtivo. Para segmentos como o do arroz, do leite e do trigo o cenário combina incerteza e baixa rentabilidade, em meio ao aumento de produção. E foi isso que motivou o encontro entre representantes do campo, em busca de medidas emergenciais e estruturais. Estão nessa relação a inclusão das operações de custeio, investimento e CPR contratadas na safra 2024/2025 na MP 1.314/2025 (da linha para a renegociação) e a implementação de barreiras comerciais para conter a entrada de leite de países do Mercosul.


A fala de abertura do presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, deu o tom do evento:


— As medidas anunciadas até agora (seja pelo governo estadual, seja pelo governo federal) foram importantes, mas não resolveram o problema. Temos, agora, um novo cenário.


Joel se refere à sequência de desafios que atingem o campo gaúcho. Depois de estiagens severas e enchentes históricas, a recente queda nas cotações de produtos agrícolas surge como mais um fator a agravar o endividamento dos produtores.


— Quando o copo está cheio, qualquer pingo derrama — resumiu o presidente da Fetag-RS.


O vice-presidente da Farsul, Domingos Velho Lopes, destacou outros fatores que pressionam a produção neste momento:


— A conjuntura da taxa de câmbio é prejudicial, há o tarifaço e a previsão de um novo episódio de La Niña, que pode interferir fortemente na próxima safra.


Já o diretor jurídico da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Anderson Belloli, alertou para os efeitos de longo prazo da crise:


— Nos próximos cinco anos, 30% dos produtores podem não estar mais trabalhando na área no Estado. É um cenário totalmente inédito no Rio Grande do Sul.


Presente na reunião, o superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, José Cleber Dias de Souza, afirmou estar aberto às propostas das entidades e antecipou a possibilidade de novas ações:


— Estamos avaliando chamar uma reunião com o Copaaergs (Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul), o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e a Embrapa na primeira semana de novembro para avaliar o cenário de La Niña e antecipar medidas.


Fonte: GZH

 
 
 

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