GAECO deflagra terceira fase da Operação El Patron e desarticula esquema que movimentou mais de R$ 107 milhões
- Saimon Ferreira

- há 6 dias
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Ação realizada em Pelotas e região cumpre 22 mandados de prisão preventiva, 27 de busca e apreensão e bloqueia cerca de 200 contas bancárias vinculadas à lavagem de dinheiro do tráfico

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) desencadeou, na manhã desta quarta-feira, 19 de novembro, a terceira fase da Operação El Patron, ampliando o combate a uma facção responsável por um volumoso esquema de lavagem de capitais alimentado pelo tráfico de drogas e pela agiotagem.
Após mais de um ano de investigações, 27 criminosos foram identificados, sendo 22 deles alvos de prisão preventiva em Pelotas, no Presídio Regional, além de ações em Capão do Leão e Camaquã. Também foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão e determinado o sequestro judicial de oito veículos.
As apurações revelaram que a organização criminosa movimentou mais de R$ 107 milhões desde 2024, utilizando cerca de 200 contas bancárias, todas já bloqueadas pela Justiça. O trabalho é coordenado pelo promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas, responsável pelo 10º Núcleo Regional do GAECO – Sul.
Segundo ele, os principais investigados realizavam transações de grande porte entre contas de mesma titularidade, evidenciando tentativas de dissimular a origem dos valores.
“Um dos suspeitos movimentou mais de R$ 8 milhões sozinho. Outro apresentou vínculos financeiros com 21 pessoas, totalizando R$ 1,4 milhão em transações. Já outros nove presos, transferidos nesta quarta-feira, movimentaram R$ 32 milhões”, detalhou.
A investigação também comprovou repasses cruzados entre os envolvidos, indicando vínculos operacionais e até societários, além de uma estrutura empresarial montada para ocultar recursos ilícitos. O dinheiro circulava por diferentes estados: parte saía de Pelotas e era lavada em cidades de Santa Catarina, como Balneário Gaivota, Florianópolis e Navegantes; em São Paulo, Santos e Ribeirão Preto; e ainda em Humanitária, no Amazonas.
Segundo o coordenador estadual do GAECO, promotor André Dal Molin, o grupo criou um sistema robusto de lavagem de dinheiro que reutilizava lucros do tráfico em rifas, apostas e empréstimos clandestinos, inclusive por meio de um aplicativo estrangeiro usado para simular operações financeiras legais, mas com juros abusivos e práticas típicas de facções criminosas.
A operação contou também com a participação da promotora de Justiça Maristela Schneider. No total, cerca de 150 agentes atuaram na El Patron III, com apoio do 4° BPM, 5° BPChoque, CRPO Sul da Brigada Militar, GAES da Polícia Penal e do Departamento de Inteligência e Assuntos Estratégicos da Secretaria de Sistema Penal e Socioeducativo (DIAE/SSPS), que empregou tecnologia especializada para localizar materiais ilícitos dentro de unidades prisionais.






























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