GAECO desmantela núcleo financeiro de facção com base em Pelotas que lavou R$ 49 milhões
- Saimon Ferreira

- 8 de out.
- 2 min de leitura
Grupo criminoso usava laranjas, empresas de fachada, rifas e aplicativo próprio para movimentar milhões; seis são presos em ação no RS

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou nesta quarta-feira, 8 de outubro, a segunda fase da Operação El Patron, focada no núcleo financeiro de uma organização criminosa com base em Pelotas. A ofensiva, que ocorreu também em Charqueadas e Porto Alegre, resultou no cumprimento de seis mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão.
A investigação aponta que o grupo criminoso movimentou mais de R$ 49 milhões entre maio de 2022 e agosto de 2024, usando laranjas, empresas de fachada, agiotagem e rifas ilegais. Um aplicativo próprio foi desenvolvido para controlar os lucros e as operações financeiras clandestinas.
Coordenada pelo promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas, do 10º Núcleo Regional do GAECO – Sul, a ação desta quarta-feira teve apoio da Brigada Militar e da Polícia Penal. Ao todo, foram cumpridas ordens judiciais em residências, uma sala comercial e presídios, com apreensão de quatro veículos de luxo, celulares, dinheiro em espécie e documentos.
Em Pelotas, foram cumpridos cinco mandados de busca e dois de prisão; em Charqueadas, cinco de busca e três de prisão; e em Porto Alegre, um de busca e um de prisão. A Justiça já aceitou denúncia contra 13 investigados nesta nova fase da operação.
A primeira fase da El Patron teve origem na análise de celulares apreendidos na Operação Caixa Forte II, voltada ao combate ao tráfico de drogas ligado a facções criminosas. A partir disso, foi descoberto um esquema avançado de lavagem de dinheiro, com juros abusivos que chegavam a 280% em empréstimos ilegais disfarçados por meio de apps e supostas empresas de crédito.
Para o promotor Rogério Caldas, a fase atual foi “essencial para identificar os principais operadores do esquema, que utilizavam laranjas e empresas de fachada para ocultar o patrimônio”. Já o coordenador estadual do GAECO, promotor André Dal Molin, também acompanhou a operação.
A El Patron revela a face moderna e digitalizada das facções, que transformam o dinheiro do tráfico em negócios aparentes e utilizam tecnologia para lavar milhões, longe dos olhos do sistema bancário tradicional.






























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