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Polícia Civil apresenta resultado de inquérito sobre acidente com ônibus da UFSM; três pessoas são indiciadas
Saimon Ferreira- há 11 horas
- 3 min de leitura
O sinistro matou 7 estudantes do curso de Paisagismo do Colégio Politécnico, o resultado do inquérito policial foi divulgado durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (23)
Quase 40 dias após o acidente envolvendo o ônibus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que matou 7 estudantes do curso de Paisagismo do Colégio Politécnico, o resultado do inquérito policial foi divulgado durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (23), em Teutônia.
Segundo o delegado responsável pela investigação, José Romaci Reis, três pessoas foram indiciadas: Rodolfo Bopp, que conduzia o ônibus, o responsável pelo núcleo de transporte da UFSM e a representante pela empresa que contrata os motoristas.
O motorista foi o primeiro a ser indiciado. Conforme a investigação, ele não adotou as técnicas adequadas de condução em trechos de serra: ao descer, deveria ter reduzido a marcha e acionado o freio motor, o que, segundo o delegado, não aconteceu.
O responsável pelo núcleo de transporte da UFSM foi indiciado por negligência nos veículos e não cobrar dos motoristas que preenchessem o checklist da frota da universidade. Já o representante pela empresa que contrata os motoristas, pela falta de instrução dos funcionários, que, conforme inquérito, seriam altamente despreparados para a função, segundo Reis.
A investigação
De acordo com a investigação, o resultado da perícia técnica revelou falhas graves nos sistemas de freio do ônibus. As lonas do freio estariam desgastadas e, além disso, a última revisão do ônibus havia sido realizada em 2023.
Quanto ao motorista, o delegado esclarece que ele não agiu conforme as técnicas de segurança do ônibus. Quando veículo atingiu entre 40 e 60 km, logo na chegada em Imigrante, ele teria tentado reduzir a marcha, mas não conseguiu.
A Polícia Civil também apontou uma série de irregularidades na empresa responsável pela contratação dos motoristas, que era terceirizada. Segundo Reis, a gestão teria negligenciado procedimentos essenciais para a segurança dos veículos e dos passageiros, como o preenchimento do checklist, etapa em que os condutores deveriam registrar eventuais defeitos da frota — prática que não era realizada pelos contratados.
O inquérito foi entregue ao Ministério Público, que agora irá avaliar o caso e decidir se apresenta ou não a denúncia formal à Justiça.
O Diário de Santa Maria procura as defesas dos indiciados.
O acidente
No dia 4 de abril, um ônibus com estudantes da UFSM caiu em uma ribanceira perto do trevo de acesso ao município de Imigrante, na região do Vale do Taquari, e deixou sete mortos e 26 feridos. A UFSM divulgou a lista das vítimas fatais. Todas elas eram calouras do curso de Paisagismo do Colégio Politécnico da instituição.
No total, 33 pessoas — estudantes, professoras e motorista — da turma de Paisagismo estavam em uma excursão que faria uma visita técnica ao Cactário Horst (espaço dedicado ao cultivo de cactos e suculentas), em Imigrante, quando o acidente aconteceu.
As despedidas das vítimas fatais Dilvani Hoch, Fátima Eliane Riquel Copatti, Flavia Marcuzzo Dotto, Janaina Finkler, Marisete Maurer, Paulo Victor Estefanói Antunes e Elizeth Fauth Vargas foram realizadas em Santa Maria, São Pedro do Sul, Vale Vêneto, Estância Velha e São Martinho da Serra. Elizeth Fauth Vargas foi sepultada em Passo Fundo.
Sobreviventes
Oito sobreviventes ficaram internados Santa Maria, no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e no Hospital Astrogildo de Azevedo. Alguns deles receberam atendimento em no Hospital Bruno Born, em Lajeado.
Um mês após acidente com ônibus da UFSM, o último sobrevivente internado em Lajeado, Emerson Andrade dos Santos, 26 anos, recebeu alta no dia 7.
Fernanda Gonçalves de Menezes, 45 anos, a última paciente a receber alta. Ela deixou o Hopital Astrogildo de Azevedo no dia 15.
Entre os 26 feridos, uma passageira teve uma das pernas amputadas.
Agora, os 26 sobreviventes se recuperam em casa.
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