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RS registra em maio o maior número de hospitalizações por gripe dos últimos anos

  • Foto do escritor: Saimon Ferreira
    Saimon Ferreira
  • há 1 dia
  • 3 min de leitura

Cerca de 70% dos pacientes hospitalizados não tomaram a vacina contra a influenza

Foto: Luiza Prado
Foto: Luiza Prado

Maio acendeu um sinal de alerta para a Saúde do Rio Grande do Sul. O Estado registrou o maior número mensal de hospitalizações por gripe dos últimos três anos, com 416 internações apenas nas duas primeiras semanas do mês, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES).


O aumento coincide com a intensificação da circulação do vírus influenza A (H1N1), responsável por quadros mais graves da doença, especialmente em crianças, idosos e pessoas com comorbidades.


"Todos os anos há aumento da circulação de vírus respiratórios com a chegada do inverno. O que muda é o tipo de vírus predominante", explica Tani Ranieri, chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). Em 2025, o H1N1 voltou a predominar, impulsionando os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Também circulam o vírus sincicial respiratório, que afeta principalmente crianças, e o rinovírus.


Entre 4 e 17 de maio, foram registradas 208 internações semanais por gripe — os maiores números semanais desde 2022. Até 28 de maio, o RS já somava 892 internações e 81 mortes por influenza. Apesar de inferiores aos totais de 2024 no mesmo período (1.067 internações e 123 óbitos), os dados indicam uma temporada de vírus respiratórios mais precoce e intensa.


A situação é agravada pela baixa cobertura vacinal. Entre crianças de seis meses a menores de seis anos, a taxa de imunização está em 24,6%. Entre os idosos, 43%, e entre gestantes, apenas 20,7%. A média geral nos grupos prioritários é de 38,2% — acima da nacional (32,4%), mas distante da meta de 90%. Isso representa mais de 1,8 milhão de pessoas dos grupos de risco sem proteção no Estado.


"O mais preocupante é que os mais vulneráveis são justamente os menos vacinados. Isso se reflete nos casos graves", afirma Ranieri. Entre os hospitalizados por gripe em 2025, 82% não estavam imunizados. Entre crianças pequenas, 90% das internadas não haviam recebido a vacina; entre os idosos, 73%. No grupo de 6 a 59 anos, que inclui pessoas com comorbidades, o percentual de não vacinados sobe para 91%.


A letalidade acompanha esse padrão: 77,5% das mortes ocorreram entre não vacinados. Não houve óbitos entre crianças imunizadas. Entre adultos de 6 a 59 anos, 93% das vítimas fatais não haviam se vacinado; entre os idosos, 72%.


Segundo Ranieri, a baixa adesão vacinal é multifatorial: "Há influência do discurso antivacina, sim, mas também vemos uma negligência. As pessoas deixam para depois, acham que não é urgente. Quando os casos aumentam, a percepção de risco muda".


Ela reforça que a vacina é eficaz e segura, com impacto direto na redução de internações e mortes. "No ano passado, entre quatro pessoas com SRAG, três não tinham sido vacinadas. Isso mostra a importância da imunização com antecedência."


Desde 15 de maio, a vacinação foi ampliada para toda a população acima de seis meses. A orientação da SES é que os municípios reforcem a busca ativa pelos grupos prioritários, que concentram a maior parte das complicações.


Além da vacina, medidas preventivas seguem fundamentais. "Uso de máscara por quem tem sintomas, higiene das mãos e etiqueta respiratória são simples e eficazes", lembra a especialista. Para ela, o cenário nas próximas semanas deve ser de alta nos casos, nas hospitalizações e, infelizmente, nos óbitos.


Fonte: Jornal do Comércio

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