Base Aérea de Santa Maria não corre risco de fechamento e deve receber reforços, afirma comandante
- Saimon Ferreira

- 8 de out.
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A declaração foi do coronel aviador Arthur Ribas Teixeira, durante entrevista ao programa Bom Dia, Cidade!, da Rádio CDN

O vereador Marcelo Bisogno (PDT) apresentou, nesta terça-feira (7), na Câmara de Vereadores de Santa Maria, a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Permanência da Base Aérea no município.
No entanto, nesta quarta (8), durante o programa Bom Dia, Cidade!, da Rádio CDN 93.5, o coronel aviador Arthur Ribas Teixeira, comandante da Base Aérea de Santa Maria (Basm), garantiu que não há qualquer possibilidade de fechamento ou transferência da unidade.
Nos últimos meses, circularam rumores de que a Base Aérea poderia ser desativada a médio ou longo prazo devido ao fim da vida útil dos caças A-1 e ao alto custo de manutenção de duas bases próximas — a de Santa Maria e a de Canoas. O comandante, contudo, foi categórico:
– Quero afirmar a todos que não há possibilidade alguma da Base Aérea sair de Santa Maria. Pelo contrário, o futuro promete muitas coisas boas para a nossa base.
É uma unidade extremamente estratégica, operacional e eficiente – destacou o coronel.
Segundo Teixeira, a Base é uma das mais operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB), beneficiada por uma posição geográfica estratégica e por um espaço aéreo menos congestionado, o que facilita treinamentos. A proximidade de Santa Maria com o estande de tiro de Saicã, em Cacequi, também é uma vantagem.
Reforço nas operações e novos investimentos
O coronel confirmou que não há planos de redução de efetivo, explicando que as variações de contingente fazem parte dos ciclos naturais da Força Aérea. Assim como ocorreu em 2011, quando os antigos helicópteros “Sapão” foram substituídos pelos H-60 Black Hawk, novas aeronaves devem integrar o parque aéreo de Santa Maria nos próximos anos. No caso dos caças A1, uma das possibilidades é que sejam substituídos pelos modernos Gripen, da fabricante sueca Saab, mas ainda não há definição se a Base de Santa Maria receberá essas novas aeronaves.
– O que há são ciclos. Uma aeronave se aposenta e, em seguida, outra chega. Há estudos técnicos em Brasília que avaliam a melhor alocação de aeronaves, e Santa Maria está entre as bases com condições ideais para receber novos modelos – afirmou o comandante.
Teixeira também destacou que o investimento nas Forças Armadas segue sendo uma prioridade do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica, com recursos sendo direcionados à modernização e à manutenção das unidades militares.
Integração com o aeroporto civil e estudo de ampliação da capacidade da pista
Durante a entrevista, o coronel comentou ainda sobre o uso compartilhado do aeroporto de Santa Maria, que opera dentro da área militar. Ele confirmou que há um estudo em andamento, em conjunto com a prefeitura, o Comando da Aeronáutica e a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) para avaliar o reforço da pista, o que permitiria a operação de aeronaves comerciais maiores, como o Boeing 737 e o Airbus A320. Essa obra é a esperança da cidade e da região para tentar retomar os voos diretos com Campinas ou São Paulo, que foram suspensos este ano por decisão da Azul. A companhia, que operava com o ATR-72, de 70 lugares, reduziu a malha aérea por conta do processo de recuperação judicial.
Porém, companhias como Gol e Latam só têm aeronaves maiores e a jato, que não podem fazer pousos diários na Base de Santa Maria porque o asfalto seria danificado. A solução buscada seria o reforço da pista.
– O aeroporto é fundamental para o crescimento da cidade. A Base Aérea sempre foi parceira, cedendo espaço para o aeroclube, para o Batalhão Rodoviário e para futuras operações da Brigada Militar. A operação conjunta é possível, desde que haja equilíbrio técnico. O tráfego aéreo na região é tranquilo e não interfere nas atividades da Força Aérea – explicou o comandante, mas ressaltando que já repassou todas as informações sobre o pedido de reforço da pista para Brasília e que a decisão final cabe, agora, ao Comando da Aeronáutica.
Além de abrigar importantes unidades da FAB, Santa Maria também possui um campo de aviação em Cacequi, utilizado para treinamentos das tripulações, o que reforça o papel estratégico da região no cenário militar nacional.






























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