Ação da PF, CGU e TCE/RS atinge Jaguari e expõe desvio milionário na saúde pública
- Saimon Ferreira

- há 10 horas
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PF cumpre mandados em diversos municípios em ação que desarticula organização criminosa responsável por fraudes que drenaram mais de R$ 340 milhões de recursos hospitalares

A terça-feira (25/11) marcou uma das mais robustas ofensivas recentes contra o desvio de verbas da saúde no país. A Polícia Federal, com apoio do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE/RS) e da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou a Operação Paralelo Cinco, que investiga um complexo esquema de corrupção envolvendo o desvio de milhões de reais repassados aos hospitais municipais de Jaguari/RS e Embu das Artes/SP.
Ao todo, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e 2 de prisão preventiva, além de medidas de forte impacto patrimonial: sequestro de 14 imóveis, apreensão de 53 veículos, uma embarcação, e bloqueio de mais de R$ 22,5 milhões nas contas bancárias dos investigados.
Jaguari e Santiago no centro da operação

Os municípios de Jaguari e Santiago tiveram participação central na ofensiva desta terça.Em Jaguari, foram cumpridos 4 mandados de busca e apreensão, mirando diretamente a estrutura administrativa do hospital municipal, foco dos desvios investigados.Já em Santiago, agentes da PF cumpriram 1 mandado de busca e apreensão, reforçando a coleta de documentos relacionados ao fluxo financeiro da organização criminosa.
A Justiça também determinou a intervenção nos hospitais municipais de Jaguari/RS e Embu das Artes/SP, medida necessária para restabelecer a governança e impedir novos desvios.
Esquema bilionário e ocultação sofisticada
As investigações mostram que um grupo de empresários de Porto Alegre assumiu a gestão dos hospitais e, entre 2022 e agosto de 2025, movimentou mais de R$ 340 milhões em recursos públicos — verbas destinadas ao custeio de serviços essenciais de saúde.
Segundo a PF, o dinheiro era desviado por meio de empresas de fachada, entidades sem capacidade operacional e emissão de notas fiscais inidôneas. Os valores eram pulverizados rapidamente para dezenas de contas de pessoas e empresas sem vínculo com os serviços contratados, numa complexa engrenagem de dissimulação financeira.
O esquema também incluía desvios diretos das próprias contas-convênios, utilizados para despesas pessoais de luxo, como salários fictícios, aluguéis de imóveis de alto padrão, viagens, aquisição de bens particulares e pagamento de vantagens indevidas a integrantes da organização.
Próximos passos
Os 20 investigados estão sujeitos a diversas medidas cautelares, como afastamento de funções, suspensão de atividades econômicas, restrição de acesso a órgãos públicos e proibição de contato entre si. Eles poderão responder por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e delitos conexos.
A operação segue focada no aprofundamento do rastreamento de ativos e na consolidação das provas já reunidas, desvendando um dos maiores esquemas de desvio de recursos da saúde pública dos últimos anos.
Localização das medidas judiciais
Jaguari/RS– 4 MBA (Mandados de Busca e Apreensão)
Santiago/RS– 1 MBA
Porto Alegre/RS– 1 MPP (Mandado de Prisão Preventiva)– 9 MBA– 5 imóveis sequestrados
Gravataí/RS– 1 MPP– 2 MBA– 5 imóveis sequestrados
Alvorada/RS– 1 MBA
Gramado/RS– 1 imóvel sequestrado
Balneário Camboriú/SC– 3 MBA– 1 imóvel sequestrado
Osasco/SP– 2 MBA
Embu das Artes/SP– 2 MBA
São Paulo/SP– 1 imóvel sequestrado
Boa Vista/RR– 1 imóvel sequestrado






























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