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Mudanças climáticas podem aumentar períodos de chuva e agravar cheias no RS, projeta IPH

  • Foto do escritor: Saimon Ferreira
    Saimon Ferreira
  • há 2 horas
  • 3 min de leitura

Novo estudo do instituto reúne resultados de pesquisas que estimam como pode ser o comportamento nos cursos d’água brasileiros até o fim deste século

Foto: Duda Fortes - Agênia RBS
Foto: Duda Fortes - Agênia RBS

Períodos mais chuvosos, aumento na frequência de eventos extremos, cheias mais relevantes. Esses são alguns dos cenários projetados para o Estado nas próximas décadas em um estudo do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lançado nesta terça-feira (25).


A publicação (leia aqui) foi elaborada em parceria com Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e reúne resultados de pesquisas que estimam os impactos das mudanças climáticas nos cursos d’água brasileiros. O trabalho usa dados dos últimos 50 anos para realizar projeções de cenários entre 2050 e 2100.


— Cheias em rios da Serra poderiam ter níveis 3 metros mais elevados (do que atualmente). Em Porto Alegre e região, a cheia poderia alcançar níveis entre 50cm e um metro maiores, o que superaria os sistemas de proteção atuais, com as águas invadindo novamente áreas urbanas, além de regiões não atingidas em maio de 2024 — exemplifica Rodrigo Paiva, professor do IPH e um dos responsáveis pelo estudo.


Nesse contexto, o potencial de destruição aumentaria, com prejuízos à segurança da infraestrutura hídrica, como barragens, reservatórios, estruturas de proteção contra cheias, sistemas de drenagem, saneamento básico, além de rodovias e agricultura.


Com mais chuva, pontos do Estado poderiam experimentar redução de dias consecutivos secos, diz a projeção. Outro problema identificado é que eventos extremos devem ficar mais comuns na rotina dos gaúchos.


— Um evento extremo que atualmente ocorre a cada 50 anos poderá ser registrado, no futuro, a cada 10 anos — acrescenta Paiva.


Segurança hídrica

Os autores fazem uma ressalva devido a eventuais limitações nos modelos climáticos e hidrológicos, pela ocorrência de fenômenos desconhecidos e/ou não considerados nas análises atuais. No entanto, mesmo em cenários moderados, os pesquisadores observam a alta possibilidade de riscos causados pelas mudanças climáticas.


"As projeções hidrometeorológicas atuais são suficientemente convergentes, apontando para ameaças à segurança hídrica, e têm sido corroboradas por tendências de alteração de eventos extremos recentes, como as cheias catastróficas no Rio Grande do Sul e as secas sem precedentes na Amazônia, em 2023 e 2024", diz o texto.


Os cientistas defendem a revisão da prática hidrológica atual, com a incorporação de novos critérios em projetos de infraestrutura e planejamento.

"Os gastos com reconstrução e as perdas associadas a secas e cheias podem superar grandemente os custos de medidas de preparação e prevenção", acrescenta o material.


Outras conclusões do estudo

  • Para o sul do Brasil é projetado condições mais úmidas no futuro, em contraste com o padrão mais seco projetado para o Norte e Nordeste;

  • Haverá redução na disponibilidade de água e na vazão média dos rios na maior parte do Brasil, com alterações superando 50% na região amazônica;

  • As projeções indicam um aumento nas chuvas intensas de curta duração (de horas a um dia, por exemplo) em praticamente todo o território brasileiro, o que deve intensificar cheias em bacias pequenas, alagamentos em áreas urbanas e movimentos de massa;

  • Os rios grandes e médios da Região Sul, assim como em partes do Nordeste, podem ter um aumento da vazão máxima em 20%;

  • As secas serão intensificadas, aumentando o número consecutivo de dias sem chuva, principalmente na Amazônia, no Nordeste e no Centro-Oeste.


 
 
 

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