Cesta básica dos santiaguenses registra novo aumento em abril e chega a R$ 749,00
- Saimon Ferreira
- 13 de mai.
- 2 min de leitura
A pesquisa do Curso de Administração da URI mostrou ainda que o acréscimo é muito acima da inflação oficial projetada para o mês pelo IBGE

O Curso de Administração da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) Câmpus de Santiago divulgou os resultados de sua mais recente pesquisa sobre o custo da cesta básica no município, referente ao mês de abril de 2025. O estudo identificou um novo aumento no valor da cesta, que passou a custar R$ 749,00, representando uma alta de R$ 14,46 em relação ao mês anterior — um acréscimo de 2%, muito acima da inflação oficial projetada para o mês pelo IBGE (0,45%).
Mais do que uma lista de alimentos essenciais, a cesta básica é um indicador econômico que reflete diretamente o custo de vida, especialmente entre a população que vive com o salário mínimo. Sua variação impacta de forma imediata o orçamento das famílias, principalmente aquelas em situação de maior vulnerabilidade econômica.
O estudo revela que, considerando os aumentos de março e abril, os santiaguenses passaram a gastar R$ 60,00 a mais com alimentação básica. Para efeito comparativo, esse valor poderia ser utilizado para adquirir 1,3 kg de carne bovina ou 10 litros de leite.
Entre os 13 itens da cesta básica analisados, dois produtos se destacaram pelos aumentos expressivos em abril:
Tomate, com elevação de 20% apenas neste mês, acumulando alta de 88% nos últimos dois meses;
Batata inglesa, com aumento de 21% em Santiago, valor menor do que o registrado em Porto Alegre, onde a alta chegou a 35,01%. Apesar da elevação recente, a batata apresenta queda no acumulado de 12 meses, influenciada por fatores climáticos que afetam a oferta.
A pesquisa comparou ainda os valores de Santiago com a média nacional e outras capitais. A média nacional do custo da cesta básica, segundo o DIEESE, ficou em R$ 751,53 em abril. Porto Alegre, capital gaúcha, registrou um dos maiores valores do país: R$ 834,22, sendo a quarta mais cara entre as 17 cidades pesquisadas. Em contrapartida, Aracaju (SE) continua sendo a capital com a cesta mais barata, com R$ 579,93.
No comparativo com as capitais brasileiras, Santiago ocupa agora a 14ª posição entre as 17 mais pesquisadas, subindo três colocações desde março, o que indica que, mesmo com o aumento, o município apresenta um dos custos mais baixos do país.
Outro dado relevante da pesquisa é o tempo de trabalho necessário para um assalariado santiaguense adquirir a cesta básica: 117 horas em abril, três a mais do que no mês anterior, reforçando a perda do poder de compra diante da inflação dos alimentos.
A partir dos parâmetros definidos pelo DIEESE, que considera o preceito constitucional de que o salário mínimo deve atender às necessidades básicas de uma família (dois adultos e duas crianças), o estudo indica que o salário mínimo ideal deveria ser de R$ 6.292,32, valor 4,1 vezes maior que o salário mínimo atual.
A pesquisa do curso de Administração da URI Santiago reafirma o papel social da universidade ao acompanhar indicadores econômicos locais, oferecendo dados fundamentais para a compreensão da realidade regional e subsidiando debates e políticas públicas voltadas à qualidade de vida da população.
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