Corsan reúne lideranças comunitárias de cinco cidades em viagem a Porto Alegre para conhecer as estruturas da sede da Companhia
- Saimon Ferreira
- há 7 horas
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Mais de 30 representantes de bairros das cidades de Alegrete, Manoel Viana, Santiago, São Francisco de Assis e Rosário do Sul fazeram parte do projeto Afluentes, iniciativa que tem como objetivo aproximar as lideranças comunitárias da Companhia, buscando transparência e agilidade na resolução de ações

No último sábado, 17, mais de 30 representantes de bairros das cidades de Alegrete, Manoel Viana, Santiago, São Francisco de Assis e Rosário do Sul, conheceram as instalações da Companhia, em Porto Alegre. A ação faz parte do projeto Afluentes, iniciativa da área de Responsabilidade Social, que tem como objetivo aproximar as lideranças comunitárias da Companhia, buscando transparência e agilidade na resolução de ações.
Após a recepção com café da manhã, no auditório da sede administrativa da Corsan, localizada no Centro Histórico de Porto Alegre, os visitantes participaram de um bate papo sobre olhares e oportunidades, com a diretora-presidente da Companhia, Samanta Takimi. Em sua fala, Takimi ressaltou a importância em aproximar as realidades dos bairros do interior do Estado, com a informação e o conhecimento das áreas de atuação da Companhia.
Para aprender sobre o funcionamento dos hidrômetros, ainda no auditório, o grupo acompanhou a engenheira civil responsável pelo laboratório de hidrometria, Helena Bencke. Durante a palestra, foram apresentados os tipos de hidrômetros utilizados pela Companhia, como cada um funciona na medição do consumo da água, e o porquê estão ocorrendo as trocas por modelos mais novos, precisos e operacionais. Segundo ela, é preciso cuidar o funcionamento do equipamento, inclusive para identificar vazamentos que possam existir no imóvel. Orientou os participantes a evitar romper o lacre emitido pelo In Metro e explicou que este tipo de avaria acarreta em multa para o consumidor. O lacre só pode ser retirado pelo próprio Instituto e uma vez violado, precisa ser enviado de volta e não existe a possibilidade de reuso.
Qualidade da água

Durante a tarde, a comitiva participou de uma visita ao Departamento de Análises Laboratoriais (Deal), onde são analisadas as coletas de água dos 317 municípios gerenciados pela Companhia no Estado. Profissionais das áreas de química e biologia mostraram os equipamentos, produtos e protocolos adotados para garantir a qualidade e potabilidade da água nos municípios, conforme portarias do Ministério da Saúde e dos governos Estadual e Federal. Até agora, foram realizadas mais de 366 mil amostras de água, onde são analisados mais de 200 parâmetros para atestar a qualidade, como o controle de protozoários, agrotóxicos e metais pesados como ferro, manganês, urânio, mercúrio. Já a quantidade de cloro, flúor, PH, turbidez, coliformes são analisadas nas estações de tratamento, com as coletas de água bruta, água da estação de tratamento e da água da rede de distribuição. Hoje todas as análises são feitas em laboratório próprio da Corsan, permitindo resultados mais rápidos, completos e precisos.
Na sequência, o grupo se deslocou até Canoas, para aprender sobre os caminhos da água, ao visitar a Estação de Tratamento de Água Rio Branco. Durante a atividade, as lideranças ficaram sabendo o que acontece desde a captação da água em rios, arroios ou barragens, até a entrega final nas casas dos usuários, depois de ser tratada e purificada.
Na estação de tratamento, a água recebe um coagulante químico que transforma a sujeira em flóculos enviados para um tanque de decantação. Nesse processo, as impurezas são separadas da água. Depois, ocorre a desinfecção, quando são adicionados o cloro e o flúor, produtos químicos para eliminar microrganismos e que também evita cáries nos dentes. Por último, a água passa pelo bombeamento para seguir aos reservatórios, de onde é distribuída à população.
Nara Cristina, representante do bairro Lafar Azevedo,, em Rosário do Sul, enfatizou a importância dessa oportunidade em conhecer de perto o trabalho da Corsan: “agente não tem noção de todo esse processo por trás dos valores que vem na conta de água. Quando houve os aumentos, eu fui uma que disse que era abusivo, mas agora, entendendo todas as etapas, vejo que é pouco o que pagamos. É investimento, equipamento, produto que não acaba mais pra gente ter saúde”, conclui.
Coleta e Tratamento de Esgoto
Na última etapa do trajeto, foram apresentados os processos de coleta, transporte e tratamento do esgoto produzido nas regiões urbanas, na Estação de Tratamento de Esgoto Mato Grande, também em Canoas. O tratamento de esgoto inicia pelo recebimento dos dejetos, que passam pelo processo de gradeamento (separação de sujeiras e poluentes depositados nas tubulações). Após essa etapa, seguem para os tanques de aeração. Essaé uma etapa crucial no processo de saneamento, especialmente em estações de tratamento de esgoto (ETE) do tipo lodos ativados.
Nesses tanques, o esgoto bruto é submetido à ação de microrganismos aeróbicos que se alimentam da matéria orgânica presente. Para que isso ocorra, o sistema injeta continuamente ar no líquido, promovendo a oxigenação necessária para a sobrevivência desses microrganismos. Com isso, a matéria orgânica é degradada biologicamente, tornando o efluente muito mais limpo. Após esse processo, o material segue para a decantação, onde os sólidos (o chamado lodo biológico) se separam do líquido tratado.
Esse lodo, por sua vez, precisa ser tratado antes do descarte. Uma das tecnologias mais utilizadas é o leito de secagem, onde o lodo é depositado sobre uma superfície drenante que permite a evaporação da água e a separação dos líquidos restantes por gravidade. Esse processo reduz o volume do resíduo e facilita seu transporte ou disposição final.
Em áreas sem rede de esgoto a ETE pode receber rejeitos de fossas sépticas e chorume (líquido gerado na decomposição de resíduos sólidos), enviados por caminhões limpa-fossa. Esses resíduos são tratados com cuidado, pois possuem alta carga orgânica e potencial contaminante. Eles são direcionados a unidades específicas da estação, onde passam por processos semelhantes aos aplicados ao esgoto doméstico, contribuindo para a redução da poluição ambiental em regiões ainda não atendidas por redes coletoras.
Todos os projetos da Corsan, tanto para abastecimento de água como para coleta e tratamento de esgoto, estão direcionados à universalização do saneamento básico previsto pelo Marco Legal do Saneamento, estabelecido por lei federal.
Até 2033, 99% da população deverá ter acesso à água potável e 90%, à coleta e ao tratamento de esgoto. Para alcançar esta meta nos 317 municípios que atende no Rio Grande do Sul, a Corsan planeja investir R$ 1,5 bilhão por ano até lá.
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