DRACO Santiago desarticula organização criminosa liderada de dentro de casas prisionais
- Saimon Ferreira

- 9 de jul.
- 3 min de leitura
A investigação apontou que o grupo pretendia instalar em Santiago um local de preparação de drogas; durante o cumprimento de 23 ordens judiciais, 13 pessoas foram presas e uma prensa hidráulica foi apreendida

Na manhã desta quarta-feira (09/07), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da DRACO de Santiago, deflagrou a Operação Taberna Occulta, que resultou no cumprimento de 25 ordens judiciais.
Foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva, 8 de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens móveis, imóveis e interdição judicial de um estabelecimento comercial.
Em coletiva de imprensa realizada na tarde de hoje na sede da DRACO, o Delegado Regional Guilherme Milan Antunes ressaltou que a ação é o desfecho de uma investigação que se estendia há mais de oito meses e que teve como alvo um grupo criminoso dedicado ao tráfico de drogas em Santiago.

A operação recebeu esse nome porque parte do esquema utilizava um estabelecimento comercial de fachada, a Adega HG, localizada na rua Bento Gonçalves esquina com a General Canabarro, Centro de Santiago, para lavar dinheiro e facilitar o comércio de entorpecentes.
“Durante as investigações, apuramos que o local era usado para empregar recursos obtidos com a traficância e também como ponto de distribuição de drogas”, explicou o delegado.
O estabelecimento está agora judicialmente interditado, sem possibilidade de reabertura mesmo que sejam sanadas eventuais pendências documentais.

Prisões e estrutura do grupo
Das 13 prisões preventivas cumpridas, a maioria ocorreu dentro de presídios. Os líderes da organização já estavam reclusos em casas prisionais como as de Santiago, Jaguari, São Vicente do Sul, Santa Maria, Ijuí e Charqueadas.
“A cúpula do grupo já se encontrava presa. Eles davam ordens de dentro do sistema prisional, incluindo valores das drogas, locais de armazenamento e formas de distribuição”, afirmou Milan.
O delegado destacou ainda que membros em liberdade atuavam como executores das ordens, inclusive utilizando aplicativos de entrega para distribuir entorpecentes em domicílio, o que levou também ao sequestro de um veículo automotor utilizado nas operações ilícitas.
Local para preparação de drogas frustrado
No decorrer da operação, foram apreendidas drogas, insumos para aumentar o volume dos entorpecentes e formas para a confecção de tabletes de drogas, em duas abordagens na BR-287, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Uma no dia 1º de março, onde uma jovem, 22 anos, foi presa com 2kg de cocaína escondidas na bagagem da filha de 2 anos, como passageira de um Renault/Symbal (foto abaixo).

E outra no dia 18 de abril, quando um indivíduo, 27 anos, foi preso transportando em um Renault/Kwid, aproximadamente 5kg de cocaína(foto abaixo). Em ambas as prisões foram apreendidas formas para prensa.

Já na manhã de hoje (09/07), uma prensa hidráulica foi apreendida, equipamento usado para moldar entorpecentes, o que confirma a intenção do grupo em montar uma estrutura local de preparação de drogas.
“Em março e abril deste ano, conseguimos interceptar, junto à Polícia Rodoviária Federal, cargas de drogas e materiais de preparo que vinham da Região Metropolitana com destino a Santiago. Acreditamos que só não conseguiram colocar a prensa em uso por conta dessas apreensões anteriores”, explicou Milan.

Enfraquecimento financeiro do crime
Além das prisões, o foco da Polícia Civil também foi o enfraquecimento da estrutura financeira do grupo criminoso.
“Buscamos não apenas prender, mas descapitalizar a organização criminosa, retirando dela seu poderio econômico com o sequestro de bens móveis, imóveis e veículos”, concluiu o delegado.
Com a operação Taberna Occulta, a Polícia Civil considera que o núcleo principal da quadrilha foi desmantelado e a investigação, encerrada.






























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