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Crise empresarial no RS: pedidos de recuperação judicial batem recorde e falências disparam em 2025

  • Foto do escritor: Saimon Ferreira
    Saimon Ferreira
  • 9 de set.
  • 2 min de leitura

Enchente de 2024, crédito caro e baixo crescimento econômico ampliam dificuldades; empresas tradicionais como BLK Parts e Martau sucumbem à crise

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As recuperações judiciais e falências voltaram a ganhar força no Rio Grande do Sul em 2025, refletindo as dificuldades enfrentadas pelo setor produtivo. Segundo dados da Junta Comercial, Industrial e Serviços do Estado (Jucis RS), entre janeiro e agosto foram registrados 136 pedidos de recuperação judicial, o maior número da série histórica iniciada em 2018. O crescimento foi de 28% em relação ao mesmo período do ano passado (106) e de quase 150% na comparação com 2023, quando houve apenas 55 solicitações.


No mesmo período, 69 empresas tiveram a falência decretada, contra 39 em 2024, alta de 76,9%. Esse é o maior volume para os oito primeiros meses desde 2019, quando 75 companhias encerraram suas atividades definitivamente.


De acordo com o economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Oscar Frank, os pedidos de recuperação judicial funcionam como um “termômetro imediato” da economia, enquanto as falências representam um indicador mais atrasado, já que surgem quando a tentativa de salvar o negócio não se concretiza.


Entre os casos mais emblemáticos deste ano está o da BLK Parts, especializada na produção de rolamentos e correias, que perdeu cerca de R$ 5 milhões após ter sua estrutura totalmente inundada durante a enchente de 2024. Outro exemplo é o da Martau, tradicional fabricante de ventiladores, que já havia enfrentado dificuldades em 2021, mas teve a falência decretada novamente em maio.


Para o advogado Luciano Fernandes, especialista em reestruturação empresarial, a recuperação judicial é um mecanismo para que empresas consigam reorganizar suas finanças sem interromper totalmente as operações. No entanto, o cenário macroeconômico dificulta o processo.


— Muitas empresas contraíram dívidas na pandemia, quando a Selic estava a 2%. Hoje, enfrentam juros de 15%, custos elevados de mão de obra e baixo crescimento da economia gaúcha, fatores que apertam ainda mais os caixas — destaca Frank.

A sequência de crises, pandemia, estiagens e enchente de 2024, deixou marcas profundas no setor produtivo do Estado. Agora, com o enfraquecimento das medidas de apoio governamentais e a manutenção de um ambiente econômico hostil, o que se vê é uma “onda quebrando” sobre as empresas, com recordes de pedidos de recuperação e um salto expressivo no número de falências decretadas.


Fonte: Mathias Boni - GZH

 
 
 

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