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Exército israelense anuncia início do cessar-fogo em Gaza

  • Foto do escritor: Saimon Ferreira
    Saimon Ferreira
  • 10 de out.
  • 3 min de leitura

Pelo menos 400 caminhões de ajuda devem entrar diariamente na Faixa durante os primeiros cinco dias

Foto: BASHAR TALEB / AFP
Foto: BASHAR TALEB / AFP

O Exército israelense anunciou nesta sexta-feira (10) que o cessar-fogo em Gaza entrou em vigor às 9h GMT (6h em Brasília), após um acordo com o movimento islamista palestino Hamas. O governo israelense havia aprovado a primeira fase do pacto e a libertação dos reféns, com o objetivo de encerrar dois anos de guerra que devastaram o território palestino.


O acordo, intermediado no Egito, foi construído a partir de um plano de 20 pontos apresentado pelo presidente americano, Donald Trump. Ele prevê uma troca de reféns em poder do Hamas por cerca de 2 mil palestinos detidos em prisões israelenses. O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou que o governo aprovou o quadro para a "libertação de todos os reféns, tanto os vivos quanto os mortos".


Início da trégua e reações


Em comunicado, o Exército israelense informou que, a partir do meio-dia (horário local), as tropas começaram a se posicionar ao longo das "linhas de retirada, em preparação para o acordo de cessar-fogo e para o retorno dos reféns". No entanto, o texto ressaltou que as tropas do Comando Sul "continuarão eliminando toda ameaça imediata".


O chanceler israelense, Gideon Saar, assegurou que a libertação dos reféns "deveria pôr fim à guerra". O negociador-chefe do Hamas, Khalil al Hayya, afirmou ter obtido "garantias dos mediadores irmãos e da administração dos Estados Unidos confirmando que a guerra chegou ao fim".


Em Khan Yunis, no sul de Gaza, e na Praça dos Reféns, em Tel Aviv, as pessoas comemoraram o anúncio, expressando alívio e esperança pelo retorno dos sequestrados. O primeiro-ministro Netanyahu exaltou o que chamou de "grande dia para Israel" e chegou a declarar que Trump deveria receber o Prêmio Nobel da Paz.


Contexto do acordo e próximos passos


A porta-voz do governo israelense, Shosh Bedrosian, confirmou que todas as partes já assinaram a versão final da primeira fase do pacto no Egito, após negociações indiretas mediadas por Estados Unidos, Catar e Turquia na cidade de Sharm el-Sheikh.


Durante o ataque que desencadeou a guerra em 7 de outubro de 2023, o Hamas sequestrou 251 pessoas. Pelo menos 47 reféns permanecem retidos em Gaza, sendo que 25 deles teriam morrido, segundo o Exército israelense. As negociações para a segunda fase do plano de Trump devem começar "imediatamente" após a assinatura do acordo da primeira etapa.


Ainda persistem incertezas sobre pontos levantados por Trump, como o desarmamento do Hamas e a governança de Gaza por uma autoridade de transição, possibilidade rechaçada pelo movimento islamista. O presidente americano anunciou que tentará viajar ao Egito para a assinatura do acordo, após ser convidado por seu colega Abdel Fattah al Sissi, garantindo que "ninguém será obrigado a deixar" Gaza.


Ajuda humanitária e impacto da guerra


Funcionários de Washington informaram que 200 militares americanos serão enviados ao Oriente Médio para supervisionar a trégua, junto a militares egípcios, cataris e turcos. Após o cessar-fogo, está previsto que pelo menos 400 caminhões de ajuda entrem diariamente na Faixa de Gaza durante os primeiros cinco dias.


O conflito que o acordo busca encerrar começou com o ataque do Hamas de 2023, que resultou na morte de 1.219 pessoas em Israel. A ofensiva de Israel em resposta devastou Gaza, deixando pelo menos 67.194 mortos, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas. A crise humanitária é severa: um estudo publicado na revista The Lancet concluiu que quase uma em cada seis crianças em Gaza sofre de desnutrição aguda devido à guerra.


Fonte: Correio do Povo

 
 
 

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