Justiça aumenta pena de Leandro Boldrini e Gracieli Ugulini
- Saimon Ferreira
- 18 de jul.
- 2 min de leitura
Decisão da 6ª Câmara Criminal confirma condenações e amplia penas para mais de 17 anos de prisão; crime de submissão a vexame e constrangimento foi extinto por prescrição

A 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) manteve, em 17 de julho de 2025, as condenações de Leandro Boldrini e Graciele Ugulini — pai e madrasta de Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, assassinado em 2014. Ambos haviam sido condenados por tortura e abandono material, e o tribunal ainda aumentou as penas em grau de apelação.
O relator, desembargador João Pedro Freitas Xavier, ressaltou que os áudios e os vídeos incluídos no processo demonstram que os réus, apesar de dispor de recursos financeiros, negligenciavam a subsistência e o bem-estar de Bernardo após o falecimento de sua mãe. Ele enfatizou que a criança foi submetida a privações extremas e maus-tratos físicos e psicológicos.
Pela decisão, ambos foram condenados a 13 anos e 15 dias de reclusão, em regime fechado, pelo crime de tortura. Pelo abandono material, cada um recebeu pena de 4 anos, 9 meses e 15 dias de detenção, passível de cumprimento em regime semiaberto. Foi aplicada multa equivalente a dez vezes o maior salário mínimo vigente à época, com correção pelo IGP-M. Já a acusação por crime de submissão a vexame ou constrangimento foi declarada prescrita.
O julgamento foi unânime, com votos da desembargadora Lizete Andreis Sebben e da juíza convocada Geneci Ribeiro de Campos.
O caso repercutiu em âmbito nacional. Bernardo desapareceu em 4 de abril de 2014, em Três Passos. Seu corpo foi encontrado 10 dias depois, às margens do rio Mico, em Frederico Westphalen. Investigação concluiu que ele foi sedado, morto e enterrado com ajuda de Edelvânia e Evandro Wirganovicz, ambos condenados pelo crime.
Leandro Boldrini cumpre sua pena no Presídio Regional de Santa Maria. Ele chegou a ser autorizado a cumprir regime semiaberto, trabalhando durante o dia, e dormindo à noite no presídio. Em março de 2024, foi selecionado para a residência médica em Cirurgia do Trauma no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). No entanto, em fevereiro de 2025 teve seu registro médico cassado pelo Conselho Regional de Medicina, o que levou ao seu desligamento imediato do Husm .
No início de 2025, Graciele Ugulini também teve progressão de regime autorizada pelo 1º Juizado da 2ª Vara de Execuções Criminais da Comarca de Porto Alegre. Por essa decisão, ela deixará o regime fechado para cumprir sua pena em regime semiaberto, sob monitoramento do sistema de execuções criminais.
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