Não nos conformamos com a forma estúpida que perdemos nossa filha, diz pai de Luísa
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Não nos conformamos com a forma estúpida que perdemos nossa filha, diz pai de Luísa


Foto: Arquivo Pessoal

Uma menina doce, amorosa, inteligente, de um coração enorme, amava todos que estavam ao seu lado. Essas são as lembranças mais intensas possíveis que os pais e familiares têm de Luísa Flores Vieira, de cinco anos, vítima de um acidente trágico na ERS-536, em São Miguel das Missões.


“Para nós, encarar isso está sem dúvida sendo muito triste, não nos conformamos com a forma estúpida que perdemos nossa filha. Um cara bêbado e imprudente, que ao beber e dirigir assume o risco de morte, no entanto, paga dois salários mínimos e nem preso fica, não sabe 1% da dor que estamos passando”, relata Vagner Luan Vieira, pai de Luísa.

Luísa estava no Fiat Pálio, com o pai Vagner, a mãe Karoline e a irmã Lívia. Haviam saído de Santiago com destino à casa da avó paterna em São Miguel das Missões, quando por volta das 21h30min, uma caminhonete F1000 conduzida por um homem de 56 anos, colidiu na lateral do veículo da família.


Vagner conta que desde que a família saiu de casa, Luísa estava feliz, vinha olhando para o céu.


“Na hora do acidente ela vinha com o meu celular escutando música, minha esposa que havia passado o dia no hospital pediu para que eu assumisse a direção, aproximadamente um km antes da tragédia, pois estava com dor. Assim que vi as luzes da camionete meu primeiro instinto foi baixar as luzes, pisar no freio e jogar o carro para o lado esquerdo da pista, já que ele [o condutor da F1000] vinha na contramão. Já estava quase passando por ele quando jogou a camionete para cima do nosso carro, então só vi as luzes e o barulho. Minha pequena chorava muito, a Luísa já não respondia ao meu chamado, nem mesmo a minha esposa conseguia tirar para fora do carro a Lívia. Depois consegui soltar ela do cinto de segurança e peguei ela no colo”.

Neste momento, Vagner consegue sair do carro e pedir ajuda para quem passava no local do acidente.


"Foi então que chegou um conhecido no local, chamou a polícia e a ambulância. Entreguei a ele [conhecido] e sua esposa a minha pequena Lívia, na mesma hora passavam pelo local meus primos, pedi socorro para um deles, que ficou com minha esposa, ajudando a sair do carro. O outro me levou até o hospital de São Miguel, onde rapidamente fomos atendidos pela equipe. Mas infelizmente não conseguimos êxito com a Luísa”.

O pai comenta que a família espera por justiça.


“Todos que estão ao nosso lado e que são cidadãos de bem esperam que a justiça seja feita, que esse assassino seja preso e pague em regime fechado por esse crime”.

INVESTIGAÇÕES


O inquérito policial que investiga os fatos envolvendo o acidente de trânsito, que vitimou Luísa, está a cargo da delegada Luciana Cunha e a equipe da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) de Santo Ângelo.


De acordo com a delegada, o investigado - condutor da F1000, de 56 anos - será ouvido nos próximos dias.


“Primeiro estamos investigando como exatamente se deram os fatos. A gente buscou as imagens do local, o policial fez o relato dessas imagens e foram anexadas ao inquérito policial, os pais de Luísa já foram ouvidos, os quais são vítimas de Lesão Corporal, assim como a irmã Lívia. Vamos aguardar o laudo pericial. Posteriormente, o investigado será chamado para ser interrogado a respeito das circunstâncias do acidente de trânsito”.

Com relação ao fato do investigado ser autuado em flagrante por embriaguez, a delegada esclareceu que o fato se torna um agravante.


“Aumenta a pena e pode se sugerir um dolo eventual, em que a pessoa se coloca em uma situação em que pode causar dano a alguém. Estamos ainda analisando a possibilidade também, dependendo o que mais vir aos autos, ele poderá responder por um homicídio doloso e não culposo, que é o que se tem até o momento”. 

Fonte: Patrick Siede - Grupo Sepé 


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