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"Quatro mil quilômetros até a eternidade: a saga da SER Santiago na Taça Brasil." por Saimon Ferreira

  • Foto do escritor: Saimon Ferreira
    Saimon Ferreira
  • 23 de set.
  • 2 min de leitura

Depois de uma viagem de ônibus de quatro dias e seis jogos em seis dias, a equipe santiaguense derrotou o campeão brasileiro e conquistou o primeiro título nacional, escrevendo seu nome na história do futsal brasileiro

Foto: Cecilia Prutchansky
Foto: Cecilia Prutchansky

Há histórias que parecem roteiros de cinema, e a da SER Santiago na Taça Brasil é uma delas. Não bastasse o desafio de disputar uma das competições mais tradicionais do futsal brasileiro, a equipe santiaguense encarou quase quatro mil quilômetros de estrada até o Ceará, atravessando o país de ônibus para viver uma semana que ficará para sempre na memória dos jogadores, da comissão técnica e de toda uma comunidade.


A delegação saiu de Santiago cheia de expectativa, mas o destino quis colocar alguns obstáculos pelo caminho: no interior da Bahia, o ônibus que levava o grupo quebrou. Foram quinze horas de espera, cansaço acumulado e um treino solitário antes da estreia, que ainda terminou em derrota por 7 a 6 para o Náutico Sangue de Boi (AM). Para muitos, aquele tropeço seria o prenúncio de uma campanha apagada. Para a SER Santiago, foi apenas o combustível para reagir.


Vieram as vitórias sobre São João do Jaguaribe (CE) e Nova Geração (DF), o empate contra o Curumin (RN) que valeu a vaga na semifinal e o triunfo diante do Sport por 4 a 2. Tudo isso sem descanso: seis jogos em seis dias, num esforço físico e mental que beira o heroísmo.


E então, a grande final. Do outro lado, ninguém menos que o Fortaleza, campeão brasileiro e favorito ao título. Mas o favoritismo ficou no vestiário. Dudu, Rani e Ademir trataram de abrir 3 a 0 e incendiaram a decisão. Mesmo com a reação dos cearenses, Leonardo ampliou e o primeiro tempo terminou 4 a 2 para a SERSan. Na etapa final, Rani brilhou novamente, marcou mais dois gols e garantiu o 6 a 4 que entrou para a história.


O troféu conquistado é o primeiro nacional da SER Santiago e vem acompanhado de uma vaga na Divisão Especial de 2026, um novo desafio à vista. Agora é arrumar espaço na estante para a taça e nas pernas para o retorno de ônibus até o Rio Grande do Sul. Mas o maior prêmio não cabe na prateleira: está na lembrança de cada torcedor, no orgulho de cada santiaguense, na certeza de que não há distância capaz de deter quem joga com o coração.


A viagem será longa, mas desta vez ninguém vai reclamar. A taça vem no colo, o cansaço no banco de trás e o futuro no retrovisor.


Por Saimon Ferreira

 
 
 

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