Sem socorro do Tesouro nem empréstimo de bancos, Correios podem não pagar 13.º
- Saimon Ferreira

- há 2 dias
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A estatal busca um socorro bilionário do governo e de bancos, mas a liberação do dinheiro enfrenta obstáculos

A crise financeira dos Correios instalou um clima de apreensão entre os funcionários, que temem não receber o 13.º salário se não houver o aporte emergencial de R$ 6 bilhões solicitado ao Tesouro. O socorro é necessário enquanto o governo viabiliza o empréstimo de R$ 20 bilhões junto a instituições financeiras para sanear a empresa, que já acumula um prejuízo recorde de R$ 6,1 bilhões neste ano até setembro.
O presidente da Associação dos Profissionais dos Correios (ADCAP), Roberval Borges Corrêa, acredita que o dinheiro saia até a data limite, 20 de dezembro. “Sem esse aporte, não há garantia nem de pagamento do 13.º e outros compromissos”, diz, cobrando a responsabilidade do Executivo.
“É uma situação inédita e nós esperamos que o governo assuma sua responsabilidade, porque ele é o responsável pela manutenção do serviço universal e é o único acionista da empresa.”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou nesta quarta-feira (10) que trabalha nas duas frentes. “Um caminho é o aporte, que pode se tornar necessário se nós não chegarmos a um acordo com o pool de bancos que vai financiar a reestruturação da companhia”, disse. “Não vamos ficar com a faca no pescoço por conta da incompreensão da parte de uma ou outra instituição financeira.”
O ministro descartou, no entanto, qualquer alternativa fora do arcabouço fiscal ou um crédito extraordinário, que liberaria recursos de forma imediata para despesas urgentes e imprevisíveis.
Para Corrêa, o aporte deve sair porque é obrigação da União. “Ao longo da sua história, a empresa não recebeu um centavo da União para prestar esse serviço”, afirma.






























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