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Vereadora de Formigueiro foi morta por dívida com facção, aponta Polícia Civil

  • Foto do escritor: Saimon Ferreira
    Saimon Ferreira
  • 9 de jul.
  • 3 min de leitura

Inquérito conclui que parlamentar atuava como contabilista do grupo criminoso e foi executada por desentendimento financeiro

Foto: Rafael Menezes
Foto: Rafael Menezes

A Polícia Civil concluiu o inquérito que apura o assassinato da vereadora Elisiane Rodrigues dos Santos, de 43 anos, do Partido dos Trabalhadores (PT), morta na noite de 16 de junho, logo após sair de uma sessão na Câmara de Vereadores de Formigueiro. O corpo foi encontrado na manhã do dia 17, em uma estrada vicinal na localidade de Rincão dos Machados, com diversos golpes de faca, a maioria no pescoço. Os pertences da vítima foram deixados no local, afastando a hipótese de latrocínio.


As conclusões foram apresentadas na tarde desta quarta-feira (9), durante coletiva de imprensa na Delegacia Regional de Santa Maria, pelos delegados Sandro Meinerz, delegado regional, e Antônio Firmino de Freitas Neto, titular da Delegacia de Polícia de Formigueiro e responsável pela investigação.


De acordo com a apuração, Elisiane teria dívida com uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas e também atuaria como contabilista da organização, sendo responsável por movimentações financeiras do grupo. A motivação do crime, segundo a Polícia Civil, está diretamente ligada a esse envolvimento com o crime organizado.


Durante o inquérito, o filho da vereadora prestou depoimento e confessou que traficava drogas, além de confirmar que a mãe também participava do esquema, atuando como parte da estrutura financeira da facção. A investigação apontou que cerca de R$ 500 mil foram encontrados em contas bancárias em nome de Elisiane — valor considerado incompatível com a sua renda declarada como parlamentar.

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

O autor do crime, um jovem de 18 anos, foi identificado e confessou o assassinato. Segundo o delegado Firmino, ele foi contratado por um dos líderes da facção para executar a vereadora. A armadilha foi montada com o pretexto de uma venda de carne a preço baixo. Após atrair Elisiane até o local, o jovem a matou com golpes de faca. A prisão preventiva do executor foi decretada logo após a confissão.


— A autoria foi esclarecida em dois dias. Representamos de imediato pela prisão do executor, que já está preso. E conseguimos identificar também de onde partiu a ordem do crime. Já pedimos a prisão do mandante e estamos aguardando o deferimento judicial — afirmou o delegado Antônio Firmino, que conduziu a investigação com apoio da equipe de Formigueiro e da 4ª Delegacia de Polícia de Santa Maria.


Segundo ele, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Formigueiro, Restinga Seca, Santa Maria e também em casas prisionais, resultando na apreensão de celulares, veículos, documentos e roupas. Parte dos materiais segue sob análise, com cruzamento de dados com sistemas financeiros e operadoras telefônicas.


O delegado regional Sandro Meinerz destacou que o caso reflete o padrão de muitos crimes violentos registrados na região:


— O inquérito mais uma vez comprova que a maioria das vítimas de crimes violentos letais na nossa região tem envolvimento com o tráfico de drogas e com facções. Ficou comprovado que a vereadora atuava como uma espécie de contadora de um grupo criminoso. Isso se evidenciou tanto pelo depoimento do filho quanto pela movimentação de quase meio milhão de reais nas contas dela — afirmou Meinerz.


A Polícia Civil já identificou o mandante do crime e aguarda o aval da Justiça para a prisão. Segundo os delegados, outras prisões também podem ocorrer nos próximos dias, conforme o avanço da análise dos dados coletados.


O inquérito foi concluído dentro do prazo legal e encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. A investigação continua, com expectativa de novos desdobramentos nos próximos dias.


Texto: Rafael Menezes

 
 
 

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