Bruno Henrique se livra de suspensão, leva apenas multa do STJD e está liberado para jogar
- Saimon Ferreira

- 14 de nov.
- 2 min de leitura
Cinco dos oito auditores votaram para absolver o jogador do Flamengo

O Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) retomou o julgamento do recurso de Bruno Henrique nesta quinta-feira e decidiu derrubar a suspensão anteriormente aplicada ao jogador do Flamengo. A maioria dos auditores votou para tirar a suspensão do atacante e reduzi-la a uma multa de R$ 100 mil. Cinco dos oito auditores acompanharam o relator Marco Aurélio Choy e votaram para absolver Bruno Henrique.
Sérgio Furtado Coelho Filho, Marco Aurélio Choy, Rodrigo Aiache, Antonieta da Silva e Marcelo Bellizze, optaram por amenizar a pena do atleta. Somente os auditores Maxwell Borges Vieira, Mariana Barreiras e Luiz Felipe Bulus votaram para puni-lo. Os votos dos dois primeiros foram para gancho de 270 dias e multa de R$ 75 mil. Já Vieira considerou que deveria ser mantida a punição de 12 jogos por “caráter educativo”.
Bruno Henrique havia sido condenado pela corte e punido com 12 partidas de suspensão por envolvimento com apostas esportivas, conforme investigação da Polícia Federal. Ele tinha recorrido da decisão e vinha atuando sob efeito suspensivo concedido pela justiça desportiva. A sessão havia começado na segunda-feira e foi retomada nesta quinta porque um dos auditores, Marco Aurélio Choy, tinha pedido vista.
O julgamento recomeçou com o relator Sergio Furtado, o único até então a votar. Ele tinha acolhido parcialmente as apelações, sugerido a retirada do gancho e somente a aplicação de multa de até R$ 100 mil. Uma investigação da Polícia Federal (PF) indicou que o jogador teria forçado um cartão amarelo de forma deliberada durante a partida entre Flamengo e Santos, em novembro de 2023, no Mané Garrincha, válida pelo Campeonato Brasileiro, para favorecer apostadores, incluindo membros da própria família.
O auditor Luiz Felipe Bulus considerou que não é correto normalizar um atleta forçar o terceiro cartão amarelo: “É evidentemente antiético. A regra perde o sentido. Não punimos antes porque nunca tivemos oportunidade. Como vai provar que foi o clube que mandou ele forçar o cartão?” Já a auditora Mariana Barreiras disse ter enxergado semelhanças no caso de Bruno Henrique com crimes investigados pela operação Penalidade Máxima, em 2023. “'Ele pode não ter sido um aliciador direto, mas topou entrar em um grupo para fazer algo que todos estamos de acordo, é ilícito”, argumentou ela.
"Também acho importante entender que houve recebimento de valores. Não por ele diretamente, mas pelo núcleo próximo, como o irmão. Há no diálogo o tempo inteiro pedidos de dinheiro feitos pelo irmão ao Bruno Henrique. As realidades são distintas, financeiras, de diálogos, mas também houve valores. Entendo que há mais similitude nos casos do que diferenças.”
Bruno Henrique, desta vez, não foi ao Tribunal no centro do Rio de Janeiro. Ele participou de forma remota da sessão, que começou com atraso de 45 minutos, e foi representado pelos advogados Michel Asseff Filho, Alexandre Vitorino Silva e Ricardo Pieri Nunes. O Pleno do STJD é a última instância do Tribunal. O caso ainda pode ser levado à Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça.






























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