top of page

Letal e de fácil transmissão: como identificar a tuberculose e qual o status da doença no Brasil

  • Foto do escritor: Saimon Ferreira
    Saimon Ferreira
  • 17 de nov.
  • 4 min de leitura

Dia Nacional de Combate à Tuberculose, celebrado hoje, tem objetivo de conscientizar sobre doença

Foto : Prefeitura Municipal de Jundiaí / Divulgação
Foto : Prefeitura Municipal de Jundiaí / Divulgação

Apesar de ser uma doença antiga, que já conta com vacina, diagnóstico facilitado e tratamento, a tuberculose continua sendo um importante problema de saúde pública. No mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose. No Brasil, mais de 84 mil casos novos são notificados anualmente, ocorrendo cerca de 6 mil óbitos, de acordo com o Ministério da Saúde.


A data de 17 de novembro marca o Dia Nacional de Combate à Tuberculose, iniciativa que tem como objetivo destacar a doença no calendário de saúde nacional, alertando sobre sua prevenção, sintomas e tratamento.


A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, mais conhecida como bacilo de Koch. A doença afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas.


A forma pulmonar, além de ser mais frequente, é a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da bactéria. A forma extrapulmonar, que afeta outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas vivendo com HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico.


Para prevenção da tuberculose, é aplicada a vacina BCG em crianças com menos de cinco anos de idade. O imunizante previne somente a forma grave da doença. O contágio também pode ser evitado com tratamento e orientação dos infectados, além de melhorias nas condições de vida da população, já que a enfermidade está associada à pobreza e à má distribuição de renda.


Mais 84 mil casos no Brasil em 2024


No Brasil, foram registrados 84.308 novos diagnósticos em 2024. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destacou que quase 40% das infecções no Brasil têm origem em transmissões iniciadas no sistema prisional.


A cobertura de proteção social, estratégia que busca mitigar os determinantes sociais, varia drasticamente entre os 30 países com alta carga da doença, com 19 deles apresentando níveis inferiores a 50%.


Transmissão


A transmissão da tuberculose acontece por via respiratória, por meio da tosse, fala ou espirro de uma pessoa com a doença ativa (pulmonar ou laríngea), sem tratamento. Quando outras pessoas respiram essas partículas, há a possibilidade de infecção. Calcula-se que uma pessoa com tuberculose ativa, sem tratamento, e que esteja eliminando aerossóis com bacilos, pode infectar, de dez a 15 pessoas em um ano.


A doença não é transmitida por objetos compartilhados. Os bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e talheres não têm papel importante na transmissão da doença.


Por essa razão, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão. A etiqueta da tosse, que consiste em cobrir a boca com o antebraço ou lenço ao tossir, também é uma medida importante a ser considerada.


Com o início do tratamento, a chance de transmissão diminui gradativamente. Após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido.


Sintomas


Os principais sintomas da doença são tosse - com ou sem secreção - por três semanas ou mais, emagrecimento, febre baixa e geralmente à tarde, sudorese à noite. Outros sintomas que podem ser observados são cansaço excessivo, falta de apetite, palidez e rouquidão.


Recomenda-se que toda pessoa com sintomas respiratórios, ou seja, que apresente tosse por três semanas ou mais, seja investigada para tuberculose.


Neste caso, é fundamental procurar a unidade de saúde mais próxima da residência para avaliação e realização de exames. Se o resultado for positivo para tuberculose, deve-se iniciar o tratamento o mais rápido possível e segui-lo até o final.


Diagnóstico


O diagnóstico laboratorial é fundamental tanto para a detecção de casos novos quanto para o controle de tratamento. Para o diagnóstico laboratorial da tuberculose são utilizados os seguintes exames:


Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) ou baciloscopia; cultura; teste de sensibilidade aos fármacos.


Além do diagnóstico laboratorial, a avaliação clínica é de suma importância para o diagnóstico da doença e a realização da radiografia do tórax é indicada como um método complementar para esse diagnóstico.


Tratamento


O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível, exclusivamente, no Sistema Único de Saúde (SUS). São utilizados quatro medicamentos para o tratamento dos casos de tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. A tuberculose tem cura quando o tratamento é feito de forma adequada, até o final.


Doença matou 1,2 milhão de pessoas em 2024


A Tuberculose permanece entre as doenças infecciosas mais letais do mundo. Em 2024, foram 10,7 milhões de novos casos e 1,2 milhão de mortes em todo o mundo, segundo relatório global divulgado na semana passada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma a cada quatro mortes ocorreu na Índia.


Entre 2023 e 2024, a taxa mundial de novos casos caiu apenas 2%, e as mortes diminuíram 3%. No período de 2015 a 2024, o continente africano registrou uma redução de 28% na incidência, enquanto a Europa teve queda de 39% na taxa de novos casos.


O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, classificou a situação como "inadmissível", uma vez que a doença é prevenível e curável. A OMS reafirma o compromisso de trabalhar com os países para acelerar o progresso e alcançar a meta de eliminação da doença até 2030.


Segundo a OMS, 87% das novas infecções em 2024 se concentraram em apenas 30 países.


Desses, oito são responsáveis por 67% do total global:


Índia (25%)

Indonésia (10%)

Filipinas (6,8%)

China (6,5%)

Paquistão (6,3%)

Nigéria (4,8%)

República Democrática do Congo (3,9%)

Bangladesh (3,6%)


Fonte: Correio do Povo

 
 
 

Comentários


PUBLICIDADE PADRÃO.png

Destaques aqui no site!

Quem viu esse post, também viu esses!

bottom of page